"O encanto desta ciência é o desconhecido, o abismo, o impenetrável!
Émile Boutroux
O ex-ministro Teich já encontrou o ambiente mais cético a respeito da possibilidade da CPI chegar a uma verdade sobre o passado, o presente e o porvir da pandemia. Mais tranquilo que o ministro anterior, Teich, que fisicamente lembra o Coringa, fez uma boa descrição médica sobre variáveis e determinantes sociais relacionadas à saúde e às doenças de um povo. Sindemia. A palavra da moda agora é sindemia.Vamos deixar de falar em pandemia e vamos passar a falar em sindemia... E o papo logo descambou novamente para o uso da cloroquina... Mas e os 412 mil mortos? E nenhuma palavra sobre a quebra-de-patentes das vacinas! Nem sobre o imperialismo sanitário!
Por que é que luxemburgo teve "apenas" umas três ou quatro dúzias de mortos?
Apesar da insistência, o Ministro não caiu na armadilha de fazer profecias sobre o andamento e o porvir da doença. Estamos hoje na mesma situação de ontem, - insistia. Na mesma situação e até pior da que estávamos lá no início da pandemia...
Como o vírus vai se comportar? Ninguém sabe!
Como suas variações vão se comportar? Ninguém sabe!
E as vacinas? Haverá mais uma onda? Mais quantas ondas?
Ninguém sabe!
Como o mundo vai se comportar?
Ninguém sabe!
Continuamos num universo de incertezas, com o vírus ficando cada dia mais ideológico.
Como vamos lidar com as incertezas de amanhã? Quem sobreviverá?
Ninguém sabe!
Falando de metodologias de pesquisa que podem distorcer os resultados, o ex-ministro mencionou o caso do isqueiro e do tabaco, que achei fantástico. Simplificando: É o isqueiro ou o fumo que causa câncer de pulmão?
Um silêncio filosófico...
Mas que foi quebrado por uma insurgência da bancada feminina. Uma discussão furiosa entre senadoras e senadores. Por pouco não se descambou para as questões de gênero. A reunião foi suspensa por uma meia hora. Mais tarde a elegante senadora Tebet pediu desculpas ao ex-ministro (que durante o tumulto havia ficado visivelmente assustado), explicou que aquilo é uma praxe da democracia e tudo voltou milagrosamente ao normal.
Mesmo não querendo, se vê a roda da história girando para trás...
Em síntese: segundo o ex-ministro, estamos no auge de uma segunda onda, até pior que a primeira, e é provável que tenhamos que enfrentar uma terceira.
Alguém da platéia lembrou que na Inglaterra já estão aplicando uma terceira dose da vacina... Quem sobreviverá?
Recomendação: quem quiser ter alguma certeza, que caminhe no escuro e de olhos fechados...
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