"Se uma lei obrigasse os cidadãos a se apresentarem todas as manhãs, na policia, para receberem um pontapé no traseiro, nenhum faltaria; e os retardatários tomariam táxi..."(anônimo)
Antes mesmo de sair da cama, nesta manhã de quarta-feira, recebi de minha principal correspondente, cheia de indignação, a noticia de que os jornais estão afirmando que o atual Secretario da Cultura não sai de casa sem sua pistola na cintura. Que circula pelo ministério, que despacha com seus funcionários, que vai aos chás das 5, às tertúlias e aos recitais de poesia, sempre acompanhado por sua Colt 9mm, etc.
Ainda meio entorpecido pela pequena morte que é uma noite de sono, lhe respondi: Relaxe! Enquanto for uma pistola, a coisa não é tão grave! Imagine quando for uma espingarda...
Não satisfeito com a provocação, agreguei: E imagine quando ele for ao MASP, num tanque de guerra, para inaugurar uma exposição de aquarelas... Ou então, quando for a um recital em homenagem ao centenário de alguma paulistana grãfina, levando um fuzil no estojo do violino...
Ela me respondeu imediatamente, com uma pergunta lacônica: fumou um?
Fiquei pensando: Há alguma coisa desconhecida e insólita no mundo da arte e dos artistas, e que não é de hoje. Seriam larápios disfarçados? Lembram da declaração clássica do assessor de Hitler que dizia puxar a pistola sempre que ouvia falar em arte? Lembram da frase murmurada na hora da morte por um dos maiores tiranos que o mundo já conheceu: Ah, que artista o mundo perde!?
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