domingo, 30 de janeiro de 2011

L'Itália non é il vostro bordello!!!

As grandes cidades italianas foram tomadas ontem por manifestações de mulheres que querem a todo custo a cabeça de Berlusconi, a cabeça de cima - bem entendido - e numa baixela de prata ao estilo da de São João Batista. Estão furiosas com a putaria que o velho Berlusco tem conduzido sua vida de Primeiro Ministro e de putanheiro. São convincentes seus argumentos e seus slogans idem, alguns, claro, contaminados pelo anti-sexualismo que às portas do Vaticano não dá para evitar. (Sono bella ma non sono troia!)

É de duvidar que depois dos últimos escândalos o velho "comedor" tenha tido alguma ereção satisfatória. Mas tudo passará. É provável que não sobreviva a essas manifestações. Quando as mulheres vão às ruas - lembram da grande passeata das senhoras católicas aqui no Brasil? - as bases do circo masculino sempre se abalam. Vedaremo!!!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Viva o Magreb e o Cairo em chamas!!!

ESCRITOR CHILENO MIJA SOBRE A COVA DE BORGES...

Com 72 anos o escritor chileno Eduardo Labarca que está lançando em Buenos Aires o livro El enigma de los módulos causa alvoroço entre os argentinos por ter “mijado” sobre a tumba de Borges lá num cemitério de Genebra. Entre as explicações para o irreverente gesto Eduardo diz que quis apenas homenagear e também dar uma lição ao cidadão Borges, entre outras coisas, por ele ter ido ao Chile em determinada epoca quando a repressão politica estava no auge, só para saudar e apoiar o ditador Pinochet. Apesar de debitar a Borges seu entusiasmo pela literatura, Labarca afirma que o autor de A QUIEN YA NO ES JOVEN (ver texto abaixo) foi um cidadão lamentável.

Mas Borges está morto. Nem sequer quis ser enterrado aqui nesta América de falastrões. Deve ter desconfiado que se fosse colocado lá no La Recoleta, um belo dia, por um motivo ou outro, os chacais ainda iriam revirar seus ossos...


Na página 273, Vol. II de suas Obras Completas, pode-se ler:


Ya puedes ver el trágico escenario / Y cada cosa en el lugar debido; La espada y la ceniza para Dido / Y la moneda para Belisario.  A que sigues buscando en el brumoso / Bronce de los hexâmetros la guerra / Si están aqui los siete pies de tierra, / La brusca sangre y el abierto foso?  Aquí te ececha el insondable espejo / Que soñará y olvidará el reflejo / De tus postrimerías y agonías. / Ya te cerca lo último. Es la casa / Donde tu lenta y breve tarde pasa / Y la calle que ves todos los días.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A apoteose (final) do velho pulpitum...



Recebi a noticia (considerada pelo emissário até como revolucionária) de que um juiz da 7 Vara Criminal de São Paulo baixou uma portaria obrigando a retirada do tablado - aquela peça alegórica e medieval que eleva os juízes e os magistrados bem acima dos outros mortais - das salas de audiências. Que tal? Foram necessários 510 anos para esse insight e mesmo assim a medida está sendo vista por nuestra buena gente como revolucionária. Agora os otimistas e os antropologicamente românticos esperam que ela chegue também aos púlpitos e aos estrados das escolas, das igrejas, dos lupanares, das universidades, das academias em geral e até mesmo dos teatros.
Ora! – escreveu-me um personagem anônimo – esse "nivelamento democrático" é demagógico, uma bobagem menor que não tem verdadeiramente nenhuma importância no caos de nosso judiciário... e depois, até Sartre quando se dirigia aos estudantes no folclórico Maio de 68, até Lênin quando esbravejava aos esfarrapados soviéticos e até Bakunin quando defendia os incendiários franceses o faziam do alto de barricadas...
Apesar do anonimato tenho certeza que esse pensa exatamente como eu, isto é, que não teremos tudo destruído enquanto não demolirmos inclusive as ruínas.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Apesar de tudo, quem é que não gostaria de estar no lugar de Berlusconi???

As aventuras sexuais e principalmente o porte das clientes de Berlusconi têm feito muita gente suspirar aqui pelos trópicos e, inclusive despertar para o fato de ainda estarmos vivendo como na época dos imperadores onde Il signore Berlusconi não seria um demônio hipersexualizado, mas apenas a reencarnação de um ou de dois daqueles poderosos e perversos romanos que deixaram a sociedade da época de boca aberta com tantos banquetes e com tantas surubas. Convenhamos que “comer” três, quatro ou cinco, uma atrás da outra – como confessou uma delas – não é para qualquer um. Claro que hoje existe o Viagra, e que na época de Cesar, Constantino Agripa etc., havia o grão de bico, mas... Até a intervenção do Papa pedindo ao velho fornicador que se acalme e que preserve os “valores espirituais” é uma encenação já conhecida, uma satisfação para a velharia católica que está escandalizada, uma balela semelhante a dos tempos idos, quando os Papas que não eram apenas porta-vozes divinos, mas também mensageiros da luxuria faziam o teatro religioso de dia e caiam na putaria a noite. Berlusconi, na cúspide do poder imperial que o povo lhe concedeu, não se abala, sabe que o mundo é um imenso bordel camuflado que gira unica e exclusivamente ao redor de sexo. Sabe que neste particular toda critica, principalmente advinda de outros "imperadores" está postada sobre a moral e a inveja. Se tivesse que prestar contas a alguem, talvez recitasse a seus lacáios, entre um coitus e outro, apenas esta frase de Jean Genet: Só há alguns fulgores na vida de um homem. Todo o resto é cinza.


domingo, 23 de janeiro de 2011

OS BENEFÍCIOS DA PIRATARIA...

Apesar dos editores, dos comerciantes e da polícia estarem sistematicamente caçando os camelôs e vendedores de produtos piratas é inegável que eles vem contribuindo mais do que o MEC e do Ministério da Cultura juntos para a popularização do saber e da cultura. Para que vejam, acabo de comprar aqui na clandestinidade e por um valor inferior ao de meio quilo de bananas 06 CDs de material médico de primeira importância e qualidade:
 
1.Obras Completas de S. Freud
2.Semiologia médica
3. Physiology
4. Anatomia radiológica
5. Microbiology
6. Vademecum farmacológico
 
As velhas desculpas para justificar o analfabetismo e a ignorância de nossa população não têm mais sentido. Daqui para diante ficarão cada vez mais explicitas as verdadeiras razões do Estado e, principalmente, as de cada um.

sábado, 22 de janeiro de 2011

E as idiotices de Hitler seguem sendo pretextos para censuras, imposturas e idiotices de todos os tipos

Pressionado pelos judeus “caçadores de nazis”, o governo francês retirou novamente da lista de escritores homenageados o nome de Céline, o genial Céline, aquele que escreveu Morte a crédito, Mea culpa, Viagem ao fundo da noite, A escola de cadáveres, Bagatelas para um massacre etc.

É impressionante como nossa espécie, esta mesma espécie que veio heroicamente se arrastando pelos séculos a fora engendrando escritas e textos desde os papiros até a internet não consegue liberar-se de seus instintos mais vadios, mais reacionários e mais paranoicos. Como é possível que ainda existam pessoas, grupos, Estados, tribos, corjas que se acham no direito de dizer o que pode e o que não pode ser escrito e publicado? Aliás, Hitler e seus guarda-costas foram mestres em proibir e em fazer fogueiras com livros. Não é verdade?

E a França, a velha França da Igualdade, Liberdade e Fraternidade como é que se ajoelha e se submete a uma impostura dessas? Que Céline fale mal dos judeus em sua obra, assim como poderia ter falado mal dos negros, dos italianos, dos franceses, dos alemães, dos árabes, dos canadenses, dos Yanomamis... qual é o problema? O que é que nos faz ficar tão "sensíveis", tão indignados assim diante de uma crítica ou diante de um repúdio???
Pois bem, quem ainda não leu as obras completas desse escritor genial deve fazê-lo e por agora pode ver abaixo alguns pequenos e (tendenciosos) trechos de dois dos livros de Céline considerados os mais anti-semitas, malditos e impublicáveis pelos patrões da cultura:

[Os Estados Fascistas não querem a guerra. Nada têm a ganhar com ela e tudo a perder. Se a paz se pudesse manter por mais três ou quatro anos, todos os Estados da Europa se tornariam fascistas, da forma mais sincera, espontaneamente. E por quê? Porque os Estados fascistas progridem a olhos vistos, entre arianos, sem ouro, sem judeus nem maçons, e levam a cabo o famoso programa socialista, que os comunistas sempre proclamaram mas nunca foram capazes de cumprir. Quem mais tem feito pelos trabalhadores não tem sido Stalin, mas Hitler!] In L’école de Cadavres.

[A França é uma colônia do poder internacional judeu… Qualquer tentativa de expulsar um judeu está votada, desde o princípio ao fracasso mais ignominioso… Gostaria de me aliar com Hitler, por que não? Ele jamais se pronunciou contra bretões ou flamengos… Nada de nada… só se tem referido aos judeus porque não gosta de judeus. Eu também não! Levando as coisas à sua conclusão lógica, pois não é meu costume deformá-las, digo com toda a franqueza o que penso: prefiro uma dezena de Hitlers a um Léon Blum omnipotente]. Depois de visitar a União Soviética, escreveu: [Lá só há três coisas que funcionam bem: o exército, a polícia e a propaganda!

] In: Bagatelles pour un massacre

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A hecatombe no Rio e a interminável embromação dos donativos...

Quem costuma visitar este endereço deve lembrar-se que de vez em quando menciono o andarilho que circula sempre ali pelos arredores da rodoviária e que quando me vê vem logo confidenciar-me algumas de suas reflexões, ontem foi a vez de falar sobre a hecatombe nas montanhas do Rio de Janeiro.

-Dr. Vou ser sincero: sou contra essa embromação dos donativos. Isso é uma farsa que se repete anualmente. Esperam as pessoas serem esmagadas ou afogadas para depois mandarem essas porcarias para os sobreviventes... O Sr. sabe que em Brasília existem umas quatrocentas seitas, não sabe? Pois bem, na frente de cada uma delas está esticada uma faixa pedindo donativos para o RJ. Querem fazer média uns com os outros e principalmente preparar o terreno para pedir empréstimos, lotes, isenção de impostos e outras vantagens ao governo. Até conheço o pilantra fundador de uma delas, ele próprio já aplicou esse golpe... Sinceramente doutor, o que aquela gente desesperada e despedaçada pela dor vai fazer com tantos cobertores, com tanta lata de palmito, com tanto papel higiênico? Com tanta água? Aliás, de água é o que eles menos querem saber... E depois, não pense que os “doadores” mandam seus lençóis de algodão egípcio para os desterrados, mandam aqueles cacarecos cheios de ácaros que estão incomodando em cima dos guarda-roupas... Posso até estar parecendo de outro planeta, doutor, mas o que gostaria mesmo era de ver aquela gente toda enlameada descendo a serra em cólera e em direção ao Palácio Guanabara, cada um brandindo seu facão e cada um com seus mortos nas costas...

Ouvi em silêncio – como sempre faço – e quando ia me retirando ele concluiu, agora num tom bem mais de ironia:

- Dr. Que os políticos, o Estado, as autoridades, a Defesa Civil, que toda essa corja seja negligente e indiferente até é compreensível, mas e a passividade do sujeito que está de braços abertos lá no alto do Corcovado? Será que também estava no estrangeiro acompanhando alguma Comissão de aspones???

Me despedi ruminando esta frase de Cioran: Não há outra nostalgia a não ser a nostalgia pelo paraíso...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Parafraseando a Proudhon: todo comércio é um roubo...

Apesar de historicamente a sociedades e os Estados sempre terem perseguido com veemência aos traficantes, aos estelionatários, aos jogadores, às mulheres do sexo, aos cafetões, aos mendigos, aos ciganos, aos desempregados, aos loucos, aos charlatães etc., sempre foram complacentes e sempre deixaram correr a solta e a vontade a rapina descarada dos comerciantes. Observem como aquilo que é considerado um crime num determinado contexto, ali no shopping, atrás do balcão de uma farmácia ou no mundo do comércio em geral ganha, com o aval da República e da policia, status de negócio. O que está acontecendo na região serrana do Rio é uma amostra dessa miserabilidade e dessa oficialização do roubo. No meio do desastre, pronto, surgiram eles, dissimulados e afoitos superfaturando tudo desde velas, água, pães, querosene, fósforos, aspirinas, leite, papel higiênico e até caixões etc. E isto, não pensem que acontece apenas em momentos de calamidades, não, é uma práxis diária em todos os segmentos do consumo, principalmente no da comida. Aqui no DF, por exemplo, comer fora de casa significa pagar R$: 40,00 reais o quilo, e isto, em ambientes onde quase sempre a higiene é precária, onde não há controle nenhum da qualidade dos produtos consumidos, onde tanto os banheiros como a exposição da comida são insalubres e onde os atendentes “garçons, gerentes, cozinheiros etc.,” ganham uma miséria já que foram pegos a laço. O ministério da saúde juntamente com o ministério da agricultura e com o PROCON, sob o argumento de não importunarem aqueles que fazem “girar a economia” dormem negligentes, cegos, cúmplices e quase catalépticos enquanto o rebanho, entre um resmungo e outro, vai literalmente engolindo sapos e pagando 300% a mais do que deveria pagar... 

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A República bem que merece uma dama!!!

Algumas feministas e algumas estudiosas de “gênero” já se preparam para ir novamente a Paris ou a Londres fazer novos pós doutoramentos, agora, claro, sobre a ascensão de uma mulher à presidência do país. É verdade que houve uma comoção geral, muitas lágrimas e até algumas manifestações de misandria em sua posse – eu estava lá -.  E com razão. Não são poucas as expectativas por parte do universo feminino a respeito do governo da Dilma. Seria pura nostalgia pelo próprio tempo perdido? A primeira mulher presidenta! Uma mulher de esquerda! Uma mulher que sabe manejar uma espingarda! Uma mulher que sabe ser dura sem perder a ternura etc. Se ouvia no meio da multidão.

Parece fazer parte do caráter de nossa espécie essa esperança como sintoma e esse fascínio pelos mitos. Tudo bem, cada um que aposte naquilo que quiser, mas que bobagem! Quando Marechal Deodoro assumiu deve ter havido a mesma expectativa por parte dos fardados e dos milicianos. A vitória de Getúlio Vargas iria levantar a estima dos gaúchos e dos baixinhos – pensavam seus conterrâneos. Jânio Quadros ensinaria ao povo como falar o “bom português, varreria a podridão nacional e daria moral aos já desenganados professores. Juscelino seria quase um faraó disfarçado de mineirinho sedutor e mortal. Os militares, com sua ditadura, salvariam a pátria das garras de Moscou, dos comunistas tupiniquins e mais, sufocariam a corrupção. Tancredo encarnaria os ideais monárquicos e de Tiradentes ao mesmo tempo e colocaria Minas Gerais no seu tão reivindicado pedestal. Sarney, além de fechar os calabouços, tiraria a nação da falência e consolidaria a República platônica. Collor abriria novamente os portos, os aeroportos e todas a outras vias para a Ordem e para o Progresso. Fernando Henrique transformaria a sociologia quase numa religião e ensinaria ao mundo, pedagógica e empiricamente o que é verdadeiramente pavonear-se. Lula, por fim, seria o primeiro operário sindicalista no poder, quase um santo, a possível reencarnação do Padre Cícero, o arquétipo do bem por sobre essa cloaca de maldades... etc., etc., Pura ficção! Ouviremos as mesmas sandices quando for eleito um índio, um homossexual, uma freira, um albino, alguém do PCC, um garimpeiro ou mesmo um poeta. 

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

PAULO COELHO, LULA & ZOROASTRO...

A suposta proibição dos livros de Paulo Coelho no Irã (estaria desbancando a Zoroastro?) tem provocado ironias e discussões tanto nas academias como nos botecos fazendo reaparecer o desprezo temperado com inveja e mágoa que os escritores em geral alimentam por ele. Como já disse em outras ocasiões, tanto ele com seu sucesso literário, como o Lula, com sua popularidade política, são perversões de massa que apontam para a cegueira e para a sinistrose mental em que se está mergulhando. Claro que existe a possibilidade tanto das estatísticas terem sido burladas (no caso do Lula) como da tal censura no Irã ser apenas mais uma peça de marketing do referido escritor, mas, seja como for, nada minimiza a pasmaceira fastidiosa e o retardamento mental que essa unanimidade representa e nem o visível embotamento psíquico que está em curso desde a terra do fogo até as geleiras siberianas. Que os escritos do Paulo Coelho venham a ser proibidos por alguém e que o Lula, no passado, tenha sido considerado um perigo para a democracia são questões difíceis de entender, já que os textos do primeiro poderiam muito bem ser de autoria de alguma noviça cínica e deslumbrada e as idéias revolucionárias do segundo atribuídas a qualquer cândido gerente de banco...

Não, não adianta se indignar! A vida é essa baboseira que todos conhecemos algo como um puzzle cuja forma não é definida, onde o desenho é abstrato e onde sempre há peças defeituosas demais ou de menos...

domingo, 9 de janeiro de 2011

Maria Sabina y nuestros hongos...

Os longos dias de chuva por aqui na capital da república não infestaram a cidade apenas com matagais, carrapatos e ratos brotaram também e por todos os lados os misteriosos e sinistros cogumelos… Nas paredes das bancas de jornais – por exemplo -  nos jardins da UnB, na boca dos esgotos, nos barrancos enlameados e nos troncos podres das superquadras explodiram centenas de um dia para outro e nas cores mais inesperadas. Num dia aqueles pequenos guarda-chuvas estavam brancos, no outro já eram escuros, no outro pareciam cinza, depois marrons, azulados etc. Como saber quais são comestíveis, quais são venenosos e com quais se pode embarcar numa viagem alucinógena? Lá pela década de 80 vivia nas montanhas mexicanas de Huautla de Jimenez uma velha índia conhecida por Maria Sabina (la hechicera de los hongos) a qual recorriam psicólogos, psiquiatras, antropólogos, poetas e outros pirados famosos do mundo inteiro para fazer uma viagem com os psilocybe cubensis que ela cultivava nas terras sombrias e férteis das margens dos córregos. As fogueiras que duravam noites inteiras, os luares, os tiroteios entre campesinos e os grunhidos dos animais noturnos mixando-se aos cânticos xamânicos... Os demônios circundantes, os insetos da noite, a diversidade de línguas e a imagem daquela mulher secular cruzando as labaredas e cochichando segredos e bobagens àqueles pobres alienados retornam em blocos agora quando me inclino com cuidado sobre esse tronco para melhor fazer esse registro...  


quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

ARQUEOLOGIA DE NOSSO DESCASO ou os 4 painéis de Burle Marx esquecidos no hall de entrada de um prédio...

Nos últimos tempos foram inúmeras as teses e os trabalhos sobre a vida e a obra de Burle Marx (o paisagista) mas, curiosamente, em nenhum deles se fez menção aos 04 painéis imensos de sua autoria e em cerâmica que dão charme e beleza à entrada do bloco C da 107 Norte que, aliás também leva seu nome: Burle Marx Habitat. Quem quiser conferir, além das fotos ao lado e abaixo, pode visitar o local. São 02 painéis na parte externa e dois internamente junto aos elevadores que foram produzidos em 1989, ano em que Burle Marx projetou também um jardim para o Parque Estadual de Goiânia; um para o The International Garden and Greenery para uma exposição em Osaka; o jardim da empresa Britânica Eletrodoméstico S/A em Curitiba e o da Cactus House Long Wood Garden, na Pensilvania.

Tendo em vista, por um lado, que alguns de seus painéis (2,30X2m.) estão sendo leiloados até por R$ 90.000,00 e por outro, a quantidade de gatunos à solta por aí, é hora dos burocratas do IPHAN colocarem um guardião de plantão aqui junto a essas preciosidades.