Ficaram no blábláblá dos velhos e crônicos temas da saúde, do transporte urbano, das escolas e do trabalho, mas com uma lógica amadorística e parnasiana. E falavam do trabalho como se não soubessem que existe um livro chamado a servidão voluntária... e que qualquer sujeito saudável, se pudesse, passaria a vida longe dessa maldição...
Da saúde, falavam como se ela dependesse mais dos hospitais do que do rio; das escolas, como se nelas, com professorzinhos meia-boca, fosse possível se aprender alguma coisa...
E havia lá apostolos Stalinistas, Mussolinistas, Cristianistas, representantes de todos os clãs e das famílias que mamaram nas tetas daquela urbe desde 1889, representantes de astutas raposas que já ficaram senis... e todos levavam para o cenário do debate, malandramente, a discussão nebulosa e metafísica sobre a turma do crack. O que seria dos candidatos se não existisse o exército do crack? Aquela turma que vive acampada ali nos arredores do Teatro Municipal se dilacerando os neurônios com canivetes e com seus improvisados cachimbos? O que fazer com eles? Todos, mesmo sabendo que não há solução, propunham estratégias teológicas para esconde-los, apenas para fazer o jogo de cena com o rebanho insone que os assistia de casa sabendo que tudo aquilo era apenas a dramatização de uma idealismo cretino e fajuto! Que aqueles representantes do lupemproletariado, como a espuma nebulosa do Tietê, estarão lá, para sempre...
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