Depois dos programas de televisão de ontem à noite, praticamente três horas só de misticismo, metafísica, mistérios, milagres, fé, devoção, promessas, masoquismo, show de obscurantismo, pedagogia do absurdo e etc, também na cidade de Guadalupe, no México, nas paredes de um estacionamento, apareceu a imagem de la Virgen de la Anunciación. Acreditem. E os mexicanos, - diz meu correspondente - de todas as etnias e classes sociais, estão alucinados e acodem para o local em prantos e loucos para saber notícias do paraíso e se a santa teria chegado de carro?... Inacreditável!
Onde acabaremos desse jeito e com essa loucura?
E o estado laico? É isso que nos espera depois da pandemia?
E esse desvario serve para ilustrar que é ridículo e ingenuo seguir lutando por um Estado e por uma educação laica, se os meios de comunicação, - as verdadeiras escolas na América Latina e nos continentes subdesenvolvidos - continuarem livres para domesticar e catequizar suas plateias.
Duvido que mesmo as divindades tenham algum dia imaginado que as coisas chegariam a tanto... E claro, devem estar apavoradas com toda essa bovinização...
Enfim: leio aqui em meus alfarrábios: "a gente pode se insurgir contra as injustiças, mas não contra a fadiga e a usura do mundo..."
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Um de meus correspondentes me lembra deste pensamento de Milorad Pavitch::
"Só se pode ser um grande cientista ou um grande violinista quando se é apoiado por uma das grandes internacionais do nosso mundo: Internacional judaica, Islâmica ou Católica. Eu, como não pertenço a nenhuma, não estou em lugar nenhum. Entre meus dedos, todos os peixes escorregaram há muito tempo"
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