sexta-feira, 9 de abril de 2021

Tânatos ou Eros? O homem contra si próprio...

"Torna-se cada vez mais evidente que parte da destruição que flagela a humanidade é autodestruição; a extraordinária propensão do ser humano a aliar-se às forças externas no ataque contra sua própria existência é um dos mais notáveis fenômenos biológicos..."

Karl Menninger


Para todos os lados que se olhe, o desastre e a mortandade está escancarada. A doença entrando em todas as casas e se apoderando de grupos inteiros abandonados pela dita sociedade, pela cultura e pelo dito Estado. Incompetência generalizada! Só discussões covardes. O que, convenhamos, caracteriza uma traição abominável. Nenhum plano, por mais elementar que seja, para interromper a matança. Só masturbações intelectuais vindas tanto dos currais da política como da ciência. Uns apontando o dedo para os outros e todos se beneficiando da carnificina. Não é possível que, no meio dessa ilíada de energúmenos, não exista cinco ou seis sujeitos razoáveis que possam redefinir os rumos desse desastre e traçar um roteiro para a interdição dessa imbecilidade coletiva.

Estamos há 400 dias falando sobre lockdown e não tivemos a capacidade de decretar nenhum. Ou, pelo menos, demonstrar que ele não serve para nada. Vivemos num abre-e-fecha de escolas, de mercados, de bordéis, de estádios e de igrejas que é quase demencial, apostando no impossível, ouvindo politicozinhos de merda, da esquerda e da direita, que conduzem o país baseados apenas em crenças e em opiniões pessoais. Isso é ridículo! Vergonhoso! Canalha!

E o pior é que, quando isto passar, se é que passará, deixará nos sobreviventes a marca de uma decepção e uma sensação de fracasso que será tão ou mais devastadora que o vírus. Decepção que fará com que lembrem destes dias e de nós apenas com pena e desprezo...

Uma vergonha! Um primarismo cretino! Uma falta de capacidade generalizada. Todo mundo turvando as águas para dar impressão de profundidade. Estamos atrasados, muito atrasados. E as pessoas, que passaram décadas sendo convencidas de que havia um Sistema de Saúde; uma Universidade; uma Casta de brâmanes e de Sábios; um Estado; trezentas e tantas religiões, tudo para protegê-las e ampará-las, estão agora em casa perdidas e abandonadas com suas próprias doenças e com seus mortos, assistindo aos funerais diários que se perdem no meio da bruma de toda essa ignorância cristalizada, sem ter a quem recorrer. Diante do que, é até compreensível que se lancem louca e neuroticamente na direção dos céus, só que, por ironia, até eles estão desertos...

Querem saber por quê, apesar da proibição, as festas e as baladas continuam por todos os lados e por quê a juventude está indo voluntariamente de encontro ao vírus? Optando por Thanatos ao invés de Eros

Porque perceberam, no meio dessa retórica decadente e de um doloroso assombro, que todos os cartuchos estavam queimados e que todos os cofres estavam vazios! Que vieram pela vida-a-fora, sendo manipulados, domesticados e traídos por uma legião de barnabés demagogos, vaselinas, fanáticos, corruptos, cretinos e mentirosos...

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