quinta-feira, 15 de abril de 2021

Da Sagrada hidroxicloroquina, ao Bolsonaro e ao Makron...




Acaba de chegar na minha tela, um novo video onde os franceses, numa suposta reunião de parlamentares, capitaneada pelo Makron, ironizam o Bolsonaro e o Brasil, com relação à "nossa" neurótica e estúpida insistência em usar a tal hidroxicloroquina para combater os sintomas do coronavírus.  

Sem nenhuma sombra de chauvinismo ou de nacionalismo, de minha parte, a gargalhada quase feminil daqueles sujeitos, me incomoda. Principalmente, porque na França atual, 80% da população, para resolver problemas físicos e psíquicos, ainda recorre a cartomantes e a oculistas e porque o principal motivo da cloroquina ter entrado na pauta do Bolsonaro e de outros ignorantes, foram as teses de um médico e pesquisador francês, de Marselha, um tal Didier Raoult... Lembram?

E depois, além disso, com cloroquina ou sem cloroquina, a França também está mergulhada numa merda total, com relação ao vírus.  Ou não? Portanto, qualquer ironia com o desastre e com a mortandade em curso no Brasil, independente das idiotices de nossos governantes ou de nossas putas, é mau caratismo e deve ser repudiada com veemência ao invés de ser capitalizada politicamente como tem sido por alguns vira-latas e por algumas de nossas cortesãs de plantão... 

E mais: a França, apesar de suas maravilhas, de seus bouquinistes às margens do Sena; de seus cafés; seus vinhos e de suas madaleines, não tem muita moral para ficar ironizando outros países, principalmente do Terceiro mundo, de onde rapina há séculos grande parte de seu PIB e depois de ter ficado décadas de joelhos tanto para os EEUU como para os vizinhos do norte...

Como ficariam aqueles petimetres que gargalham do Brasil no video, se alguém os lembrasse do escândalo do sangue contaminado em Paris, nos anos 90? 

Ou do vexame que tiveram que engolir, com cloroquina ou sem cloroquina, na Indochina? 

E a humilhação na Argélia? 

Ou mesmo se os lembrasse que o grande feriado francês, o dia 14 de julho, é uma fraude, pois que quando "tomaram heroicamente a Bastille de assalto" ela já estava vazia?

Ridículo! Tudo isso é  muito ridículo! Um pântano de mentiras coletivas... E com o vírus que vem ferozmente conseguindo desmascarar a gênese miseranda do ocidente e dos canalhas que o governam e que o emporcalham...

  Que o Makron tenha problemas com o Bolsonaro, depois que este ironizou sua mulher, tudo bem, mas por que, ao invés de usarem seus cargos para comprometerem os países que representam, não pegam uma garrafa de vinho e um meio quilo de Roquefort e vão passar uma semana numa ilha deserta, com discos da Edit Piaf e da Bethânia?








 

3 comentários:

  1. Concordo plenamente! França é o caralho!!! E claro poderia ser...alemanha o caralho, EUA o caralho e etc...

    ResponderExcluir
  2. Também concordo plenamente! França é o Caralho

    ResponderExcluir
  3. Gostei muito. Morou lá e conhece bem a realidade. Tanto de lá, como de cá!

    ResponderExcluir