quinta-feira, 22 de abril de 2021

Da biblioteca de Don Quijote (100 exemplares) à de Hitler (16 mil volumes)...



 Nesta quinta-feira ao anoitecer, o Mendigo K apareceu na padaria de sempre. Havia sumido por uns dias depois de ter roubado uma garrafa de vinho sob as barbas do filho do português, dono do estabelecimento. Trazia dois livros numa velha bolsa de mulher. Um, do tamanho de um livro de artes, em castelhano, escrito por um psiquiatra espanhol, com o titulo História clinica del caballero Don Quijote, e o outro, em tamanho normal, A biblioteca esquecida de Hitler.

Estava meio euforico. Mostrando-me o referente a Hitler, falou exaltado: "Para ele, um império não se constrói com piedade... (pausa) quem diria que esse ditador tinha uma biblioteca particular, em casa, com16 mil volumes!" E prosseguiu, com ironia: "E Freud, como é que fica Freud, que dizia que dos homens cultos e eruditos não precisaríamos ter medo?!!

Listou alguns do livros que o chanceler e genocida alemão dispunha em sua biblioteca e levou o assunto para o Dom Quixote: "Não tenho muito saco para ler Don Quijote de la Mancha - dizia - mas, frequentemente releio o capítulo VI, a parte onde o padre e o barbeiro entram na casa do fidalgo, enquanto ele dorme e, com a ajuda de sua sobrinha, vão à biblioteca da casa, levando uma bacia com água benta para exorcizar aquele lugar maldito e providenciar a queima de parte ou de todos os 100 livros que, segundo eles, haviam sido a causa de sua loucura. A queima é feita no curral. Quando D. Quixote acorda e procura por eles, o convencem de que foram levados pelo diabo e por um feiticeiro conhecido na Espanha daquele tempo por Munhatão..."

Fez uma pausa e declarou: "da biblioteca de Hitler, gostaria de ler quase tudo. Já, do acervo do Quixote, tenho uma curiosidade especial por dois: As lágrimas de Angélica e Os quatro de Amadis de Gaula. Conhece?

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EM TEMPO: Gostei da intervenção do Bolsonaro de hoje na tal Cúpula do clima.. Parece que finalmente ele entendeu como é que se joga com aqueles trinta ou quarenta farsantes que estão há mais de 100 anos prometendo em vão tapar as chaminés de suas fábricas e diminuir a fumaça em seus próprios países... e delirou legal! Prometeu o possível e o impossível. Fez, como eles, o teatro do politicamente correto e ainda por cima, pediu uma grana extra para turbinar suas ficções. Só faltou liberar o garimpo de ouro e de esmeraldas e até as concubinas dos caciques a forasteiros. Só faltou jurar que fará todo o possível para resgatar a história e o DNA dos Jívaros, com suas coleções de cabeças; que mandará erigir em Pau Brasil, uma estátua gigantesca do Biden e uma do XI Jinping às margens do Rio Negro... e um busto do Makron, em pedra, às margens do Rio Purus e que, se necessário, solicitará o assessoramento do Leonardo DiCaprio e da adolescente sueca... Só faltou jurar que no tempo de governo que lhe sobra, investirá prioritariamente na reprodução das araras azuis, na eugenia entre as populações de jibóias e na imortalidade da Vitoria Régia... E as harpias-cretinas-internacionais, o ouviam satisfeitas enquanto se cutucavam as nádegas e as virilhas por debaixo da mesa! Fingiu acreditar principalmente naquilo que ouvia do chefe dos USA e do chefe da China. Dois países onde a fumaceira é geral; onde os mares estão entulhados de tocos de cigarro, cacos de garrafas, de dejetos orgânicos e metálicos, de lixo e etc... Muito bem!, é assim que se governa! É assim que o mundo vem sendo governado, desde a Guerra de Tróia e desde os tempos do Sobrinho de Julio Cesar...

Se só a mentira nos une, social, religiosa, ideológica, política, ecológica e amorosamente, então sejamos realistas! Exijamos o impossível!


 



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