"Cedo ou tarde tudo acaba se reduzindo a um ponto de vista, e você, que vive paparicando as ciências humanas, nem suspeita que paparica uma piada..."
Raduan Nassar
(Um copo de cólera, p.49)
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E a Conferência lá em Glasgow continua. Agora colocaram umas mocinhas indígenas simpáticas e fantasiadas para recitar poesias de seus parentes, ancestrais e velhos caciques; para falar com doçura da lua a aqueles burocratas empedernidos; para lembrar da linguagem da floresta; dos recados das estrelas; da melodia do vento que dobra os bambus e as perobas eternas... e do fogo! Ah!, o fogo! Haverá algo mais fascinante do que o fogo..? E dos perfumes da selva... Das guerras intermináveis, seculares e estúpidas entre tribos e condenados da terra... E dos garimpos, empapados de ira e de sangue... E daqueles trambiqueiros que induziram seus parentes originários, durante séculos, a trocar segredos da Terra fértil e pródiga por Bíblias... E dos rios cristalinos onde as matriarcas cheias de intuição, durante 7 mil anos, banhavam suas bordunas e suas longas e negras cabeleiras... E do sol, ah!, o sol que fazia as sementes explodirem de um dia para outro ali no seio da mãe terra! Ah!, a terra! Essa terra quase maldita! E a suposta e idílica sabedoria transmitida de pajé a pajé desde Adão e Eva até Caim e a família Rothchild... E essas moças, será que foram colocadas ali apenas para dar um fôlego aos movimentos identitários? Mas e os negros? E os ciganos? E a ministra de Energia de Israel que é cadeirante e que por falta de acessibilidade não conseguiu chegar ao salão do evento? Quem é que conseguirá convencer Israel de que se tratou de uma falha na organização e que esse lapso não carrega em si nenhum vestígio de anti-semitismo? E quem é que conseguirá convencer aos dirigentes do encontro de que isto não passou de uma armadilha de Israel? Sim, o problema, é que, como resmungaria Derrida: só se pode perdoar o imperdoável!
O tédio e o sono tomam conta até dos maiores imperialistas... E aliviaram a barra do CO2 e agora passaram a investir mais no Metano. Ah!, sim, é o Metano que nos conduzirá ao apocalipse; que fará com que cavemos a nossa própria cova... Ah, e é o metano que está na raiz do suicídio coletivo da humanidade... Será que estariam lembrando da maluquinha Sylvia Plath, que em 1963, ali nos arredores britânicos, (Primrose Hill) enfiou a cabeça no forno do fogão e abriu o gás?
E, mais curioso ainda, estão colocando a culpa nas vacas... Ah! será necessário mudar a alimentação das vacas e passar a administrar-lhes doses diárias de luftal se se quiser salvar o planeta...
E atenção: você aí que não fez outra coisa na vida, saiba que sempre que soltar um peido estará cometendo um crime ambiental e colaborando para com o degelo lá na Antártida... E que não demorará muito para que o STF criminalize mais essa indecência escatológica e anti democrática. Por que os peidos, você sabe, na grande maioria das vezes, são fake news...
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