"Quando ouço afirmar que os mongóis, os alemães, os napolitanos, têm este ou aquele defeito, tenho a impressão de estar ouvindo dizer que os suínos de Parma são mais imundos do que os porcos da Inglaterra..."P.
Segundo um jornal de hoje, alguns dos milhares de índios que estão acampados aqui na Esplanada testaram POSITIVO para o coronavírus. Enquanto isso, os juízes do STF transferiram novamente, agora para a semana que vem, a decisão do assunto que os trouxe e que os mantem em Brasília, decisão que poderia ser tomada em menos de meia hora, até por um tribunal de bêbados...
Quem é que leu Darcy Ribeiro e que não se lembra das épocas de guerra entre índios e brancos no Brasil, quando se usou da varíola, do sarampo e de outras doenças para livrar-se deles? Lembram do Maranhão, onde fazendeiros portugueses e brasileiros doavam para os timbiras, roupas, escapulários, estatuetas de santas e até imagens de Dom Sebastião (desaparecido em 1578 na batalha de Alcácer-Quibir), tudo contaminado pela varíola? E que em seguida, contaminados por aquilo que eles chamavam a "Sarna dos cristãos" e queimando em febre, os indígenas passavam o dia dentro dos córregos tentando aliviar-se e que quando não suportavam mais a febre, imploravam aos membros da tribo para que os eliminassem? E lembram dos botocudos? E lembram dos tais bugreiros lá no PR e em SC? De como os xoklengs e os kaigangs foram dizimados? E lembram dos métodos 'europeizados' com os quais os espanhóis tentaram se livrar dos Incas e dos Maias?
Apesar de até aqui a história ter sido um genocídio atrás dos outro, muita gente por aí, vira-latas ou não, alguns até mais ou menos inocentes; gente - como diria W. James -: obscuramente motivada, insistem na espera por Godot, na transcendência do espírito e em canonizar meia dúzia de picaretas e de cretinos ilustrados... e fazendo declarações de amor aos 'Bandeirantes'; ao Estado e a seus cupinchas e comparsas... e até, de vez em quando, lhes dedicando pequenas e românticas poesias ao som rococó de Bach...
Curiosamente, também Freud, (segundo um de seus biógrafos) no auge das discussões sobre a psicanálise, chegando de navio da Europa à Nova York, onde iria proferir conferências sobre o assunto, vendo a multidão que o aguardava no cais do porto, teria proferido esta metáfora a um dos capachos que o acompanhava: Eles não sabem que lhes estamos trazendo a peste...
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