MAMÃE, FALEI! (Só que deu merda!)... E Catherine Deneuve...

"MULHERES:  Criaturas que os asiáticos escravizam; os europeus respeitam; os americanos contratam e os latinos seduzem..." (F)

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 A história daquele deputado paulista que viajou para a Ucrânia Invadida para tentar conquistar um título de heroísmo, uma certidão de coragem e de humanismo, (= a fazer teatro)  -  e que acabou produzindo um relato quase cretino de sua permanência por lá - ainda está  dominando as conversações intimistas por aqui. As mulheres, de todas as idades, cores e preferências sexuais gostariam imensamente de castrá-lo (lembram do caso Lorena Bobitt?) e os homens, - de todos os pedigrees, religiões e partidos  - também fariam de tudo para aplicar-lhe uma punição 'ética' exemplar, (não por santidade, evidentemente, mas) por ele ter desvelado e tornado público o ideal secreto da alma masculina; o sonho, o desejo, a ideologia, o imaginário e as fantasias eternas a respeito, não apenas daquelas beldades em guerra, mas das mulheres, em geral. 

Apesar de toda hipocrisia, moralismo, cretinismo, oportunismo e canalhice reativa trazida a público pelos crápulas, a respeito do assunto, duvido que você leitor, encontre um único sujeito honesto que não identifique um "Mamãe Falei", dentro de si. E que já não tenha dito ou que será capaz de dizer das polacas, das gregas, das mexicanas, das africanas, das argentinas, das asiáticas, ou até mesmo das ianomâmis, o que esse simplório deputado disse das ucranianas. Bravatas? Claro! Idiotices infanto-juvenis? Claro! E movidas a testosterona e a fantasias... esse combustível que mobiliza praticamente tudo ao nosso redor, desde nossa primeira mamada. Inclusive as intrigas domésticas, a política e a guerra! Ou não? 

Enfim: apesar do escândalo, da culpa e dos pesares, é bom que as mulheres, desde as mais ofendidas, até as mais singelas e indignadas, desde as mais misândricas, sensíveis e viciadas no dedo do meio até as  + indiferentes, que agora, pretendem incinerar, exemplarmente, esse bobalhão no altar babaca do moralismo, é bom que elas, finalmente, desçam à poeira do reino animal e dos sentidos.

A propósito, o Mendigo K, que havia passado o dia inteiro ouvindo bobagens e asneiras sobre o assunto, apareceu hoje no café da esquina com um grosso volume da conhecida professora da Universidade da Filadelfia, a escritora Camille Paglia, sob o braço, e fez questão de mostrar-me duas declarações daquela respeitável mulher, ao ser interrogada: Camille, o que você faria se tivesse um pênis?

Resposta:  Se eu tivesse um pau, acho que mijaria em tudo e, uau, tocaria um monte de punhetas. (...) Sairia por aí enfiando em todas as mulheres que pudesse, e o curtiria totalmente, o tempo todo.

Mas supondo que você pudesse ter um pênis só por um dia, Camille, o que faria com ele?

Resposta: Eu iria correndo procurar a Catherine Deneuve!