Até as crianças das creches estão comentando o caso do Telegram. (Será que amanhã os 'Titios' não irão querer proibir também nosso Toddynho e nossas fraldas?) E discutem, assustadas, a intenção dos ministros do SUPREMO de proibi-lo. De tirá-lo do ar. De bani-lo. De impedir que a população tenha acesso a ele e, pior, por razões puramente moralistas.
Ah, as fake News!
Ah, a venda de entorpecentes!
Ah, os negócios de fuzis!
Ah, os velhos pedófilos!
Ah, as agressões à República!
Ah, as ameaças à democracia!
Ah, a dessacralização da família!
Ah, a destruição de reputações!
Ah, as eleições!
Ah, as mentiras!
Ah, mas é um aplicativo forasteiro e tem que enquadrar-se nas sagradas burocracias da pátria!
Ora, não sejamos chauvinistas e nem cabotinos! Desse jeito, por uns se afetarem aqui e outros ali, vamos acabar voltando aos tempos sombrios da máquina de escrever! A propósito, quem é que não se lembra do neurótico tiquetear da simpática Germânia número 5 e da Remington? E daqueles rebanhos nas escolas de datilografia, onde cento e tantos toques por minuto davam ao sujeito (além de uma tendinite) um título de doutor?...
Os argumentos acima, para justificar o banimento do tal Telegram são cretinos. Mais ou menos como querer arrancar os dentes da população, com a justificativa de evitar que venham a hospedar uma cárie. Não seria mais razoável e mais fácil, - indagava o Mendigo K - distribuir escovas e ensinar a escovar-se -.
Enfim, querer patrulhar até os peidos da tribo, é uma cafajestice inútil. Fake News? Bem & Mal? Que idiotice é essa? Que maniqueísmo fora de lugar! Que mentalidade suburbana! Revisitando nossa própria história é difícil identificar a fronteira entre as fakes e as verdades. Aliás, até hoje, com toda a sapiência vigente, não se conseguiu sequer responder nem a singela pergunta daquele cretino soldado romano: O que é a verdade?
Leio em Max Stirner: "Examine-se a fundo todos os fenômenos, até os mais insignificantes, busque-se sua essência e se descobrirá neles, frequentemente, outra coisa, muito diferente do que parecia ser à primeira vista; uma palavra melosa e um coração falso, um discurso pomposo e pensamentos mesquinhos, etc".
Querer pois, amputar a internet, pela razão que for (essa que é o que de mais revolucionário & fantástico a civilização já produziu até agora), é uma insanidade e uma traição descarada.
Portanto, que tudo, absolutamente tudo, seja liberado, para que o rebanho tente sair do atoleiro lamentável e melancólico em que se encontra...
as criancas fizeram um audio sobre
ResponderExcluirhttps://youtu.be/BUD3zFHgPps