"Cours camarade, le vieux monde est derrière toi"(escrito pelos estudantes nos muros de Paris, em maio de 68)
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E eis que o Ministério da Justiça proíbe a exibição do filme dos 'cineastas' Gentili e Porchat: Como se tornar o pior aluno da escola. O titulo até que me agrada!
Independente da 'profundidade' do tal filme, a censura, não lhes parece quase uma volta aos dias nada serenos da inquisição? Qual é o fundamento dessas autoridades de plantão? São especialistas em quê?
O filme, do qual só vi o trailer, (que está abaixo), parece ser, além de um longa metragem, uma 'longa e medíocre sátira' que pretende trazer para as luzes da ribalta o que acontece na penumbra dos bastidores, e desde os tempos do velho Sócrates e do Papa Pedro. (Sócrates, o grego e não o jogador.)
Sexo! Os titios & mestres solicitando uma punheta a dois alunos obesos. Seria também uma critica à merenda escolar? Ou apenas uma filosofia da bulinação? A confusa palavra bullying seria derivada de bulinação?
Estariam querendo trocar o Método de Paulo Freire pela Pedagogia pervertida de René Schérer? Seria uma espécie de tutorial de como perverter seus pupilos, em troca de um 8,9 numa redação vagabunda sobre a invasão da Ucrânia ou sobre as chuvas em Petrópolis? Talvez não seja por acaso que aqui entre os marginais, se costuma dizer, malignamente, que oito ou dez pedagogos juntos já caracteriza uma passeata de pervertidos e de pederastas. Talvez, agora se entenda melhor aquilo que os estudantes parisienses picharam nos muros das universidades, em maio de 68: "Corram, camaradas, que o velho mundo está atrás de vocês!"
E por falar em pederastia, como não voltar à velha Grécia? Àquela tribo que além de ter plagiado os gurus asiáticos; compilado a Bíblia e edificado os pilares fajutos da República que conhecemos, deu ao mundo um Epicuro? E um Diógenes? Lembram de Diógenes (aquele velho clown), dentro de seu barril? Lembram de Karl Marx, de seus furúnculos e cuja tese doutoral foi sobre Demócrito e Epicuro? E, claro, lembram do ancião e pederasta Sócrates, aquele que, malandramente, declarava sua 'paixão' pelos menininhos? Que tomou um trago de cicuta e que, antes de bater as botas, lembrou a seus 'pupilos' que devia um galo a Esculápio? E "galo", até alguns professores de filosofia sabem, na gíria dos puteiros remete ao órgão sexual masculino. (meu correspondente do Texas, ao ver que menciono o galo, me informa que lá, no idioma daqueles brutamontes, existem várias palavras com quatro letras que são obscenas. Exemplo: fuck, cunt, e inclusive o cock, e que seu uso em público pode dar até cadeia).
Enfim, o filme que agora o Ministério da Justiça está censurando, não significa absolutamente nada se comparado ao desbunde generalizado que vivemos e, mesmo historicamente, representa menos do que um mísero pentelho perdido na plumagem de um urso polar... Sua exibição nos cinemas cheios de pulgas do país, não alteraria em nada, nem para pior, nem para melhor nossa miséria. Censurá-lo, é querer esconder uma fratura com um band-aid e reeditar aquela época pobre e retrógrada da censura e da bovinização popular.
Portanto, seria importante se nossos ilustres ministros e executores das Leis, ao invés de ficarem patrulhando a turba e censurando esse tipo de bobagens, saíssem da catalepsia em que se encontram e fizessem um esforço imenso para construir estradas de ferro de ponta a ponta do Continente - Queremos Vagões luxuosos e confortáveis, com barris de vinho italiano disponíveis aos passageiros, indo diariamente, do Ceará até Machu-Picchu... De Belém do Pará até a Patagônia... -. Sim, ao invés de perderem tempo com bagatelas morais (atenção: sempre que se fala em moral se está falando em religião, pois o moralista é um sacerdote laico) deveriam fazer um esforço imenso para esvaziar as prisões do país, esses Gulags tropicais que evidenciam nosso espírito vingativo, nosso atrazo e a nossa decadência.
O Mendigo K, que também é cineasta e que está acompanhando essa discussão de perto, ao ver-me atravessar a avenida, sem direção, gritou-me: Ei Bazzo, você sabe o que é a modernidade? Ao meu silêncio ele próprio respondeu: Modernidade é o momento em que as putas podem dizer: nós somos educadoras; e em que os professores podem conclamar: nós somos putas!
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