sexta-feira, 5 de março de 2021

E o vírus, além de popularizar a tragédia da condição humana, escancara também a miséria de competências...

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 E a pandemia avança, revelando de forma melancólica nossa dificuldade prática de organizar e de resolver até bagatelas e coisas elementares. 

Que tenhamos conseguido viver esses quinhentos anos como país e como nação, nos faz até começar a admitir que sim, existem milagres. Se você não entende muito bem o que estou querendo dizer veja como foi hoje a tentativa de vacinação no município de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro e em outros municípios do Estado de  Minas gerais. Inacreditável. Não é possível! Não é normal! O que é que aconteceu neste país e com essa gente? E não precisa nem ser um vira-lata para ficar estupefato. E os hospitais? Quem é que não se arrepia ao ver as imagens dos pacientes nos hospitais? Apesar dos administradores e gestores tentarem se esconder sob o manto da epidemia, qualquer um que não seja intelectualmente desonesto e nem um farsante, sabe, e muito bem, que essa zona e essa porra louquice vem de longe. Que a indiferença e o colapso já vinham sendo gestados e prosperavam... Vejam as primeiras páginas dos  jornais da época, de vinte ou de cinco anos atrás... Quem é que não se lembra das filas imensas ao redor dos hospitais durante semanas inteiras, com pacientes aniquilados vindos de todas as regiões para implorar uma consulta, um comprimido, um curativo, um diagnóstico? E tendo que voltar para suas casas com suas dores e com suas misérias...

O vírus, além de horrorizar a todos, está evidenciando um déficit administrativo e de caráter tremendo, deficit que de uma maneira ou de outra veio até aqui sendo mantido por debaixo dos panos. Um horror. Uma vergonha. Uma dívida, da qual as gerações de políticos das últimas décadas, uma hora-ou-outra, terão que prestar contas. 

E aos que sobreviverem, não basta apenas querer voltar à "normalidade"; mudar de religião; de partido ou de máscara. Aliás, voltar à normalidade seria um horror. É necessário que tenhamos claro que aquela normalidade é iatrogênica, abominável, não faz bem... e que, no momento oportuno, é necessário destruir tudo, inclusive as ruínas... Porque, como dizia o delirante Angelus Silesius: "é necessário descer aos abismos dos infernos de vez em quando, caso contrário, quem não faz essa descida vivo, terá que fazê-la morto..."

4 comentários:

  1. Tá certo! Mas me diga: porque que em nenhum momento da pandemia(até onde me recordo) você citou o filho da puta do Bolsonaro!? Cadê os seus ditos colchões pra escrever um texto(exclusivo) falando da tamanha canalhice e incompetência desse imbecil! Ou será que também és a favor do eletrochoque?? Eu não me surpreenderia...O povo é ignorante? Sim, mas a vileza vem do topo da pirâmide ( política mundial).

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    1. Não é recomendável arranjar inimigos milicianos. Procure saber o que aconteceu com os bandidos que roubaram a moto do bolsobravo nos anos 90... Se você quer enfrenta los, vai la na porta da casa dele pra vc ver se não jogam uns 5 pastor alemão em cima de você..

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  2. Bravo, Bazzo! Disse tudo! Destaco em seu texto: vírus, além de horrorizar a todos, está evidenciando um déficit administrativo e de caráter tremendo, deficit que de uma maneira ou de outra veio até aqui sendo mantido por debaixo dos panos. Um horror. Uma vergonha...

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  3. Todo mundo louco, oba! Mundo de pilantras que querem ganhar dinheiro com um vírus mortal ao ser humano. Caralho! Gente infeliz, feia e porca.

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