terça-feira, 23 de março de 2021

E já com a corovac nas veias... Et moi? Et moi? Et moi?...



 
Nesta primeira terça-feira de outono e de LOCK-DOWN, indo na direção de um DRIVE-TRHU para tomar minha vacina (Seria a monarquista OXFORD-ASTRAZENECA? Ou a comunista?) ia conferindo várias vezes o endereço para não ser vítima de uma FAKE NEWS e acabar me FODENDO, ao passar por um grupo de neo-moradores de rua, homens e mulheres de uns 25/30 anos, um deles dirigindo-se a mim gritou: 

- "Eita véião, você já passo da hora!". 

Confesso que senti uma leve flechada na vaidade e em minha probidade intelectual.., mas disfarcei. 

Um outro velhinho, mais ou menos de minha idade, que vendia amêndoas chilenas açucaradas sobre uma mesa improvisada, achando que a agressão havia sido dirigida contra ele, tirou calmamente um dos 4 pés de sua mesa e foi na direção do agressor.

O primeiro golpe foi na nuca. O segundo no occipital esquerdo, o terceiro e definitivo, no teto solar. O moço caiu de boca na grama. Fiz sinal de positivo e de solidariedade para com aquele mais novo assassino da cidade e entrei na fila para a vacinação que já estava de uns dois quilômetros.

Eram 8:49. Velhinhos inquietos e ansiosos em seus automóveis e com sua suposta grandiloquência oculta atrás de suas focinheiras. Quem esqueceu de mijar em casa já estava preocupado. Quem não levou uma barra de chocolate no bolso já estava com medo de uma hipoglicemia...Uns saiam de seus carros e davam uma volta para espichar as pernas e não correrem o risco de terem uma trombose. Quase todos gorduchinhos, as perninhas finas, os olhinhos infantis e alguns com gestos estereotipados que lembravam a síndrome de Korsakov... Reconheci vários deles: esse aí foi diretor geral de uma multinacional. Costumava obrigar suas secretárias a sentarem em seu colo para ensinar-lhes como empenhar uma despesa. No outro dia estava sempre na missa das 6:00, levando uma parte das propinas aos padres e se comungando. Esse outro era tão submisso que até ia comprar calcinhas para a mulher do Figueiredo. Esse aí era um aprendiz de tirano. Rastejava nos pés dos superiores e pisava nos subalternos. Esse aí foi editor chefe de um jornal, submetia todas as matérias à arquidiocese antes de publicá-las. Esse aí foi quem prorrogou por mais um ano e meio minha bolsa de estudos e minha permanência numa escola em Paris. Esse aí foi Secretario Geral de quase todos os ministérios, andava com uma garrafa de cachaça no bolso interno do casaco. Esse limpava os óculos do Jânio Quadros e mais tarde, levava galos pretos para a Casa da Dinda... Esse aí era o mais famoso criador de galos de briga do Planalto... Todos uns puxa-sacos desprezíveis, mas todos uns caras legais. Seus pais haviam chegado em Brasília quase antes de sua inauguração, vindos num êxodo miserável dos mais variados cafundós do país.. No inicio, comiam poeira, conviviam com sapos no jantar, viviam em barracos... Mas depois, foram pegando a manha, se apropriando dos melhores terrenos à beira do lago, comprando barcos, fazendas, caravelas... e mandando vir suas amantes do interior e tiveram filhos com elas, com elas e com suas vizinhas, filhos que quando não eram enviados para estudar na Suíça  eram "plantados" nos cargos mais bem remunerados da República. Ficaram ricos, passaram décadas e décadas só comendo o filé mignon das vacas nacionais... e estão aí, apesar das perninhas finas e das barrigas, querendo viver mais uns dez anos...

Os vendedores de jojoba e de água vão passando ao lado dos automóveis imensos que parecem até ônibus e chamando todo mundo de sua excelência. Vai uma jojoba aí sua excelência? Os velhinhos riem. Lembram dos bons  tempos no Lido e no Moulin Rouge de Paris; das noitadas de Vodka pelo underground de San Petesburgo ou nos arredores do kremlin; dos vinhos das adegas italianas; das viagens pelo Rio Nilo; Das gravatas feitas a mão por uma adolescente indiana;  Das secretárias recém contratadas. Dos  calhamaços de flores e de dinheiro que sempre encontravam sobre suas mesas... Da chegada do Che Guevara na cidade, e do Jânio, com seu estrabismo, lhe passando uma faixa ao redor do pescoço.

E a fila não andava. O relógio já marcava 9:00 horas e as enfermeirazinhas, como se tivessem esquecido que estamos numa epidemia, se moviam com a mesma lentitude como se ao invés de vacinas, aquela velharada estivesse esperando por umas três cartelas de Viagra...

Confesso que senti uma certa alegria ao revê-los. Talvez, depois de hoje, não os veja nunca mais. Com vacina ou sem vacina, morrerão, porque estão, como dizia o moço lá fora, passados da hora... De meus demônios interiores vinha uma humilhante indagação: Bazzo, onde está a superioridade do homem moderno?

Et moi? Et moi? Et moi?




 

3 comentários:

  1. Pô Bazzo... tomou vacina comunista, com chip do Bill Gates hahahahahahaha
    É isso aí seu véio ranheta, sobreviva e escreve mais livro

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  2. Et toi! Eu toi! Eu toi! Tu as bien écrit ton livre sur les coqs et les poulaillers. Bonjour!

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  3. ta com medo de morre velho? kkkk tu tem que ir pa Santa Catarina os sulistas vao injetar ozonio no teu bumbum kkkk macho que e macho nap toma vacina contra a peste chinesa...e por falar em china...que pais mais do pilantra essa China...botaram essa imundice no planeta e ainda querem cantar de galo...e por isso que eu digp comunista tem e q levar uma camassada de pau pra ve se cria juizo...vem pra itajai o ozonio no reto te espera kkkk

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