"de même que l'on ne peut percevoir sa propre odeur, ce sont les autres qui sentent".
Patrick Declerck
(IN: Les naufragés)
Uma revista britânica acaba de apelidar o Bolsonaro de BolsoNero. Lembra do perfil de Nero? Aquele imperador romano (54-68) que foi acusado de incendiar Roma; que mandou matar a mãe (agripina) e um irmão. E, que por fim, autorizou a um de seus lacaios, para que o apunhalasse. Dizem que sua última frase foi: "Oh, um artista morre comigo" Ou: Oh, que artista o mundo perde!..
Independente dos atuais desvarios do Bolsonaro, é ridículo que um britânico faça essa analogia. Não deve ter lido A Casa de orates, de Bernard Shaw. E nem os livros de história adotados nas escolas primárias da Índia. Mas conheço de perto o perfil daqueles jornalistas, já os vi rebolando e roendo unhas nos pubs, lá pelos lados de West End. Como se diz: o sujeito não tem consciência de seu próprio fedor, são os outros que o sentem.
Nero também é conhecido por ter tocado fogo em Roma. E mais: por ter ficado tocando lira enquanto a cidade ardia dentro das labaredas. Nero, naturalmente, negou ser piromaníaco e culpou os cristãos pelo incêndio. Os filósofos e os historiadores (para passar o tempo e faturar uns centavos) estão até hoje discutindo e tentando saber o que é fake e o que é verdade a respeito desse signore. Bobagens!
Evidentemente, Bolsonaro não tem a estatura de Nero e nem se atreverá a acionar seu isqueiro e nem a jogar os cristãos aos leões. Pelo contrário, até autorizou que os templos, as igrejas e outros subsolos de delírios funcionem durante o confinamento. Estaria querendo livrar-se deles? É evidente que o coronavírus está apoiando essa idéia, e que está a espreita. Também é curioso que ao mesmo tempo que Bolsonaro liberou o funcionamento das igrejas, o fez também com as casas lotéricas. Curioso! Haverá algum nexo metafísico, algum vaso comunicante, algum tipo de negócio de mesma natureza entre essas duas instituições? Penso em Kundera: Uma fé muito ardente é a pior aliada!
E duvido que ao cair, Bolsonaro repita a frase de Nero: Oh, que artista o mundo perde!
Evidentemente, Bolsonaro não tem a estatura de Nero e nem se atreverá a acionar seu isqueiro e nem a jogar os cristãos aos leões. Pelo contrário, até autorizou que os templos, as igrejas e outros subsolos de delírios funcionem durante o confinamento. Estaria querendo livrar-se deles? É evidente que o coronavírus está apoiando essa idéia, e que está a espreita. Também é curioso que ao mesmo tempo que Bolsonaro liberou o funcionamento das igrejas, o fez também com as casas lotéricas. Curioso! Haverá algum nexo metafísico, algum vaso comunicante, algum tipo de negócio de mesma natureza entre essas duas instituições? Penso em Kundera: Uma fé muito ardente é a pior aliada!
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