quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Vacinas: O impasse comercial entre tupiniquins, mandarins e brâmanes...

"Perguntaram a Abú Saíd: O que é o mal e qual é o pior mal? Resposta: O mal es tu; e o pior mal es tu, quando não o sabes..."

Abu Saíd ibn Abil-Khayr


Os anais da epidemia da "Gripe Espanhola" (1920) parecerão sóbrias anedotas quando, no futuro, forem comparados aos do Coronavírus.  E os entraves comerciais do Brasil com a China e a Índia a respeito do pozinho para manipular as vacinas é quase uma bufonaria .  Convenhamos: é uma temeridade brutal colocar um tupiniquim negociando com um mandarim chinês de um lado e com um brâmane indiano do outro. É necessário ficarmos atentos, pois nossos representantes são capazes de penhorar a esses vivaldinos não apenas a Amazônia e o país, mas até nossas cuecas em troca do tal e milagroso "insumo farmacêutico". 

Você já foi à China? Você já circulou pela Índia? A loucura por dinheiro e por ouro por lá, coloca a ganância de nossos comerciantezinhos daqui, no chinelo.  

Nunca simpatizaram com a teologia da miséria implantada por aqui  e muito menos com o sentimentalismo babaca que a caracteriza.  O Ocidente, para eles, é mais ou menos o que o Haiti ou a Jamaica são para nossas pequenas elites. Um Nada. (E dizer que a China é comunista é uma idiotice e uma afronta, não apenas a Confúcio e a Marx, mas a qualquer bobalhão minimamente ilustrado)

Diante dos tais impasses "diplomáticos" e do vírus, se sobrevivermos, teremos que carregar o trauma da submissão a dois países onde, 90% da população ainda vive numa situação de Idade Média... Um, na Era do Carvão e o outro, mascando Bétel... Depender da tal diplomacia, para um assunto destes, é bizarro, uma vez que, todo mundo sabe: se um diplomata não gostar da cor ou do modelo da camisola do outro, no dia seguinte, todos os contratos podem ser cancelados ou adiados...  

E depois, tirando as castas burocráticas na China e tirando as castas brâmanes na Índia, apesar da Biblioteca Pública  de Beijing ser uma maravilha e do Taj Mahal de Agra, ser incomparável.., lá também, como na Jamaica e no Haiti, não sobrará quase nada. 

O IFA, (esse pozinho mágico, como dizem as sexis jornalistas) lembra, principalmente, a guerra do Ópio com a Inglaterra... Não lembra? E também o velho Ghandi, malandramente contemplando as luaradas por sobre o Himalaia e fingindo estar além do Bem do Mal...

Negócios!

Que isto nos sirva para entender que foi e que é uma idiotice ter passado 500 anos EXportando batatas, soja, vacas, porcos, esmeraldas, madeira, minérios, cacau; assaí; freiras e seminaristas... e IMportando luzinhas de natal; bijuterias, estatuetas de Buda ou de Shiwa; batedoras de ovos e ships de telefones... 

E que agora, diante da zona e do caos generalizados, não tem muito sentido passar a falar da ciência com a mesma lógica e argumentos desvairados como se ela fosse outra espécie de religião...

______________

15:30, EM TEMPO:   Muito bom o discurso de posse do Biden. 

Admiro neles a capacidade de traçar com singeleza os truques para continuar submetendo, de joelhos, o resto do planeta e o amor incondicional que dedicam a si mesmos.

Santo Agostinho (nascido na África do Norte); a Bíblia, vários refrões  humanistas e Deus, estiveram presentes, do inicio ao fim dos 21 minutos. Divinizou a pátria e mencionou até a própria mãe. Idolatria a si mesmo e aos seus mercenários...Uma fala para vigário e professor de filosofia nenhum colocar defeito.

Terra Sagrada! Disse umas duas vezes referindo-se ao território americano. Depois, mencionou a Luther King, mas omitiu os Panteras Negras.

Se não passarmos também nós a inculcar em nossas crianças esse delirante e místico  "sentimento de grandeza", ocuparemos para sempre um lugar exótico, secundário, de vira-latas e subalterno no tabuleiro mundial.




Um comentário:

  1. Texto mais que inteligente! Texto genial, desses que ainda nos faz acreditar que alguém pensa e sabe se expressar, que ainda pode haver alguma lucidez no mundo!

    ResponderExcluir