Não só aqui na cidade, mas no país inteiro, professores, pais e mães de alunos e o staff burocrático dos estados discutem se devem considerar perdido o ano escolar de 2020; se a pantomima do ensino ON LINE serviu para alguma coisa e se devem fazer-se de surdos e de cegos e considerar que todo aluno, por mais inepto que seja, por uma questão de humanismo e de caridade, deve ser empurrado-para-a-frente, "passar de ano".
Quê pressa é essa, caros burocratas? O vírus não lhes ensinou nada, ilustres gerontocratas?
Um estelionato! Uma delinqüência intelectual!
Sorte que nem todo mundo está engolindo essa bobagem. Uma mãe, minimamente escolada, escreveu-me para saber minha opinião sobre o assunto e o que fazer com seus dois filhos, um no Primeiro e o outro no Segundo ano do Segundo Grau. Fiquei tentado a responder-lhe: Minha senhora! Caia na real! Não tenho a mínima idéia! Não me siga que eu também estou completamente perdido!, mas resolvi ser mais simpático.
Minha senhora, lhe escrevi. Não pense que ir a escola ou não, faz alguma Grande diferença. Dificilmente as crianças e os adolescentes escaparão de uma educação para o conformismo. Observe, como a Síndrome do conformismo domina tudo. E como educar para a manutenção do Sistema e dos Dogmas é a meta fundamental das escolas, públicas ou privadas... Mesmo assim, admitir que seus filhos "passem de ano" nestas condições, tendo estado todos esses dias da pandemia vendo filminhos americanos, coçando as virilhas e bocejando em casa, é empurra-los para o abismo e armar uma armadilha contra eles próprios. ("Cuidado com as generalizações, Bazzo!" escreveu ontem um otimista esotérico num comentário). Envolver seus filhos nessa trapaça, minha senhora, é uma traição porque, amanhã, sem saber diferenciar uma vírgula de uma exclamação, não terão outra alternativa senão incorporar-se a uma torcida organizada ou ir com o lupemproletariado, às 4 da manhã, à porta das fábricas implorar por 10 horas diárias de escravidão em troca, basicamente, de humilhações, de trapos e de comida...
Mas como saber o nível escolar em que eles estão? Me implorou ela.
Ora!.., minha senhora - Lhe respondi - pergunte-lhes, depois do Todinho com biscoitos, qual é a capital do Afeganistão ou qual é o mar que lambe as costas poluídas do Maranhão... E peça para seu filho que está no meio do Segundo grau para escrever vinte linhas sobre qualquer assunto. Sem querer depreciá-lo, duvido que já tenha ouvido falar algo a respeito do Afeganistão e do Maranhão, e que seu texto seja compreensível. Ao outro, ao que está no primeiro ano, basta pedir-lhe que escreva um parágrafo, apenas um parágrafo, sobre as evidencias de que é a terra que gira ao redor do sol e não o contrário... Não conseguem. E, mesmo assim, vão querer empurrar esses garotos para o fim da carreira? Para quê? Bucha de canhão? Deveria ser exatamente o contrário: um ano de pandemia? Dois anos a mais no currículo e a obrigação de ler, todas as manhãs, em voz alta, A delinqüência acadêmica, do Mauricio Tragtemberg.
Um ano bocejando e coçando as virilhas em casa? Aprender alemão e aramaico em vinte lições...
Veja o exemplo aí, com nossos homens públicos de hoje. Ninguém entende o que dizem. Veja a situação de Manaus! Ninguém diz coisa-com-coisa! Parecem sempre estar falando outra língua. Dizendo uma coisa como quem quer dizer outra. Há uma confusão descarada de interpretações entre eles. Lembra da Torre de Babel? Além disso, minha senhora, não basta querer saber apenas o que os alunos estiveram fazendo durante a pandemia, é preciso saber o que os tais "mestres" e os tais "conselheiros", as "tias" e os "tios" fizeram nesse tempo todo, me entende? Ah, mas aí sim, o circo viria abaixo!
Sei.., sei.., Bazzo... mas, pelo amor de Deus, não generalize! O niilismo não está mais na moda...
A propósito, minha senhora, por falar em niilismo, a redação do último ENEM, foi sobre a Saúde Mental...
Seria importante que o Presidente da Sociedade Psiquiátrica; que o Suposto saber de um Instituto de Psicanálise e que o Chefe do Conselho Internacional de Psicologia, requisitassem junto ao MEC essas redações. A sociedade deveria ter o maior interesse em saber o que essa imensa legião de futuros subalternos e essa ingenua massa de manobra pensa e tentou escrever sobre o tema...
Como não ser niilista num cenário desse ?! A vá a merda esses românticos!
ResponderExcluirComo diria o Abujamra "Romântico tem que se fuder"
Quem disse pra ter cuidado com generalizações foi eu senhor bazzo...e repito, cuidado mesmo( eu me referia ao seu título no plural, você está preso no seu apartamento!? Eu estou na praia!) pois apesar de nada esotérico lhe meto uma macumba! Kkkkkk.
ResponderExcluiradeus!
Meu amigo... Não seja estúpido! E depois, duvido que alguma divindade levasse a sério teus desígnios... Que o mar seja camarada contigo...
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