Cruzei apressadamente com o Mendigo K, aqui nos arredores da república. Como já lhes disse, ele está aproveitando a pandemia para dar um mergulho na literatura Védica, mais como um profano do que como um devoto mas, mesmo assim, já estava com aquela roupa dos sadhus que se encontra pelas ruas desertas de Benares. Já foi a Benares? Não? Então vá!
Também usava uma máscara contra o vírus, destas que lembram os lutadores de esgrima.
Como fiz questão de manter-me a uns dois metros dele, ironizou-me perguntando se eu estava temeroso de ir para o cemitério. Não respondi e ouvi que ele resmungava por detrás de sua máscara: Bazzo, deixe de ser cagão!, 'para os hindus, a morte não existe. Morrer é como trocar de roupa. E depois, Brahmã vive cem anos, e um de seus dias é calculado em 4.300.000.000 de nossos anos terrestres. Sua noite tem a mesma duração. Seu mês consiste em trinta de tais dias e noites, e seu ano, de doze meses. Depois de cem de tais anos, quando Brahmã morre, ocorre a devastação ou aniquilação; isto quer dizer que a energia manifestada pelo Senhor Supremo se retrai n'Ele Mesmo novamente. Então outra vez, quando há necessidade de manifestar o mundo cósmico, isto se faz por Sua vontade: Embora Eu seja um, converter-Me-ei em muitos.
Fez um breve silêncio e concluiu: Este é o aforismo védico.
Ele se expande nesta energia material, e toda a manifestação cósmica acontece outra vez...'
Ele se expande nesta energia material, e toda a manifestação cósmica acontece outra vez...'
Fez outro silêncio e, vendo minha cara de espanto, desculpou-se: Bazzo, desconsidere, cheirei além da medida!
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