segunda-feira, 22 de junho de 2020

Ideologias e espiritualismos de fachada...


Ontem aconteceram novamente manifestações pelo Brasil afora. Umas em defesa do governo passado, outras em defesa do governo atual. A maioria dos cartazes, slogans e dizeres, eram idênticos. Os tipos de manifestantes também. A diferença mais visível que se podia perceber entre eles, é que um bando acusava o outro de "comunismo" enquanto que este, por sua vez, retrucava acusando seu acusador de "fascismo". Que pensariam Lênin e Mussolini? E iam a vinham gritando Palavras de Ordem, vociferando, bufando, levantando os punhos, fazendo rezas e ameaças transcendentais, uns aos outros e com aqueles passinhos curtos de quem esqueceu de tomar luftal, ou de quem está precisando ir à toalete... E, o mais grave é que, tanto numa tropa como na outra, não se identificava nenhum vestígio de libido. Vi até uma senhora, nem lembro de que bando, que se ajoelhou sobre a passarela, onde havia uma espécie de bandeira e, de joelhos, encenou uma prece. A que Deus teria se dirigido? Perguntou-me o Mendigo K. Sabe-se lá! Dizem que são mais de nove mil! De qualquer forma, foi bizarro porque, todos sabemos, o deus dos ladrões que invadem uma casa é sempre o mesmo deus dos donos da casa. E que tudo não passa de um folclore místico. De uma papagaiada comercial de dar pena.
Prestei atenção tanto nos manifestantes que defendiam o governo anterior, como nos que defendiam o governo atual, com a esperança de ver que algum deles estivesse levando um cartaz, uma bandeira, uma foto, alguma coisa pedindo a construção imediata de saneamento básico e das estradas de ferro, no país... mas não havia nada. Só malabarismos cretinos e de cretinices em nome de Deus e dos Partidos! Quem perdeu as "tetas", porque as perdeu.., quem ainda não as conquistou, porque precisa conquistá-las... 
A uma pobre mulher, que tremulava e que chorava quando pronunciava o nome de seu chefe político, o Mendigo K. que - segundo ele - continua mergulhado na literatura védica, colocando-lhe a mão no ombro, consolou-a com esta frase: minha senhora, cale essa boca! Não percebes que "os sentimentos são como serpentes venenosas? Que  querem agir muito à vontade e sem restrições".
A gritaria, os tiros, os alto-falantes e os chavões, ainda dos tempos de Villegagnon, de Getulio, de Plinio Corrêa e de Trotski, continuavam.
Senti muita falta de meu cachorro que, em circunstâncias como estas, sempre que me via bocejando, me sugeria sábios aconselhamentos...



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