quarta-feira, 17 de abril de 2013

Voltando a chover no molhado...


E o Congresso Nacional continua na mesma lengalenga. Nada, absolutamente nada objetivo, real, prático, para acontecer amanhã de manhã. Só metafísica. Só lero-lero! Artimanhas, mentiras históricas. Até os supostos avanços “sociais” dos últimos cinquenta anos, foram todos forjados pelo capitalismo predador e pela indústria que precisou manter viva a plebe e "socializar" sua produção de porcarias. Nada, absolutamente nada se deve à política e muito menos à politicagem... Propagandas fraudulentas. Filosofia da miséria. Doações! Sucateamento de tudo. Leis pra lá e leis pra cá. Feudos! Seitas! Tropas! Confrarias! Emendas, portarias, projetos, ante projetos, militância, apatia, fusão de partidos. Fusão de órgãos, novos ministérios... Previsões futuristas. Charlatanismos de todas as ordens! Novas divisões da bolada. E ninguém sai. Mudam as siglas, as máscaras, os discursos, as concepções ideológicas, os paletós, as chefias, as amantes, os assuntos, as brilhantinas, mas todo mundo continua lá. Há sujeitos que já estão divagando dentro daquelas paredes há mais de quarenta anos, sem terem agregado absolutamente nada a lugar nenhum. Se elegem e se reelegem quantas vezes querem, sempre dando bananas e pirulitos a seus eleitores, essa massa de milhões e milhões de pobres coitados que nunca conseguiram curar-se das torturas do estômago, nem da mentirada dos coronéis e nem dessa espécie de simbiose maligna onde uns precisam alimentar as vísceras e os outros o ego... E não se iludam, eles continuarão aí durante os próximos 500 anos, pois já iniciaram seus filhos, netos, bisnetos, sobrinhos, enteados, puxa-sacos de toda ordem... Lembrem-se: a força dessa gente, como a das víboras, apesar da fala mansa e "humanista", está no rabo e o veneno nos dentes. Viuvez irracional! Torpe voracidade! O cérebro danificado por tanto tempo de despiste e de traquinagens... Estranha e doentia insistência em permanecer numa condição terceiro mundista...
Ah.., e saber que se poderia decidir esse incomodo até por sorteio... Sim, já que acreditam tanto na importância quase sagrada da trupe parlamentar, a cada cinco anos se poderia elege-la por sorteio. Seria a única maneira de colocar um ponto final nesse circo, de desbancar esse gueto e de impedir que outros malandrins se instalem por lá... Além do que, teríamos a oportunidade de ver no Congresso Nacional, finalmente, seres verdadeiramente bizarros como, por exemplo, um sapateiro, um cigano, o comerciante da esquina, uma mocinha da vida, um barbeiro, uma freira, um gladiador, um trapezista, uma enfermeira, um poeta de fim de noite, um criador de cabras, um carcereiro de presídio, uma bibliotecária... Cada um, escravo de sua narrativa e a sua maneira tendo, por fim,  o direito de, pelo menos por cinco anos, também exercer sobre nós sua crueldade inocente... 
(Ilustração El Roto)

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