Vanzolini foi uma junção bem rara. O cientista da composição...
Samba do Suicídio Paulo Vanzolini
Que eu andei mal não é segredo Duro como um rochedo E jogando sem sorte Poeta de morte no esporte E no amor sempre mau sucedido Um dia abatido pegando jornal Pra me servir de colchão Ao estendê-lo no chão Li uma notícia que confirmou a minha opinião Estava dura e nana 18 suicídios naquela semana Com a notícia assim lida Encontrei a saída Do problema e da vida Sem perda de um minuto Subi no viaduto E atirei-me no espaço Meu D'us mas que fracasso Eu estava tão consumido Que um ventinho distraído Que estava a soprar Foi me levando pelo ar Pra me largar num fio No alto de santana Voltei a pé para a cidade O que levou uma semana Voltei ao problema Por outro sistema E tomei formicida E tive a maior surpresa de minha vida Descobrindo assim Que o que andavam servindo Aqui no botequim Não era tatuzinho Chá de briga Era tatu mesmo O fazedor de orse de formiga Me deu um frio na barriga E um calor no duodeno Aí fiz a pele do galego Que é pra largar mão de veneno Penso então que o que mais me convém É ficar embaixo do trem Que assim é certo eu entrar bem Sem pensar mais Eu corri para o Brás E joguei a carcaça embaixo de Maria fumaça de 28 vagões E nestas condições O resultado foi fatal Vejam a notícia no jornal Pavoroso descarrilhamento na central Deu tanto morto e estrupiado Que eu fiquei meio chateado Procuro então um padre confessor Que me aconselhou Moço não seja tolo E meta um tiro no miolo Mas bom senhor pois não deu senhor Eu tenho corpo fechado Na tenda paz zulu Duro em colchete embala E a durindana assim resvala em meu peito nu Por esse lado eu não dou chance pra urubu Nem vou morar lá no caju
Vanzolini foi uma junção bem rara. O cientista da composição...
ResponderExcluirSamba do Suicídio
Paulo Vanzolini
Que eu andei mal não é segredo
Duro como um rochedo
E jogando sem sorte
Poeta de morte no esporte
E no amor sempre mau sucedido
Um dia abatido pegando jornal
Pra me servir de colchão
Ao estendê-lo no chão
Li uma notícia que confirmou a minha opinião
Estava dura e nana 18 suicídios naquela semana
Com a notícia assim lida
Encontrei a saída
Do problema e da vida
Sem perda de um minuto
Subi no viaduto
E atirei-me no espaço
Meu D'us mas que fracasso
Eu estava tão consumido
Que um ventinho distraído
Que estava a soprar
Foi me levando pelo ar
Pra me largar num fio
No alto de santana
Voltei a pé para a cidade
O que levou uma semana
Voltei ao problema
Por outro sistema
E tomei formicida
E tive a maior surpresa de minha vida
Descobrindo assim
Que o que andavam servindo
Aqui no botequim
Não era tatuzinho
Chá de briga
Era tatu mesmo
O fazedor de orse de formiga
Me deu um frio na barriga
E um calor no duodeno
Aí fiz a pele do galego
Que é pra largar mão de veneno
Penso então que o que mais me convém
É ficar embaixo do trem
Que assim é certo eu entrar bem
Sem pensar mais
Eu corri para o Brás
E joguei a carcaça embaixo de
Maria fumaça de 28 vagões
E nestas condições
O resultado foi fatal
Vejam a notícia no jornal
Pavoroso descarrilhamento na central
Deu tanto morto e estrupiado
Que eu fiquei meio chateado
Procuro então um padre confessor
Que me aconselhou
Moço não seja tolo
E meta um tiro no miolo
Mas bom senhor pois não deu senhor
Eu tenho corpo fechado
Na tenda paz zulu
Duro em colchete embala
E a durindana assim resvala em meu peito nu
Por esse lado eu não dou chance pra urubu
Nem vou morar lá no caju
Retirado daqui: http://letras.mus.br/paulo-vanzolini/1656992/