quinta-feira, 1 de setembro de 2022

E.., lá na Bahia, Terra de Todos os Santos e de Gregório de Matos, patrões negros torturam funcionários negros...


"Finalmente, depois de muita bebedeira a multidão 
entrava na capela de Nossa Senhora dos Prazeres e dissolvia-se..."

Gregorio de Matos





O escabroso caso dos 'empresários' negros que, na Bahia, queimaram e deram pauladas nas mãos de dois funcionários também negros, - por eles terem  roubado trinta reais -, compromete e desqualifica não apenas a comunidade negra, mas a própria espécie. (Trinta reais! Sempre Trinta! Lembram da negociata das Trinta moedas lá no Horto das Oliveiras?)

Que isso tenha acontecido na Bahia,  - centro principal de todas as lutas contra o racismo -, e numa cidade que ainda preserva vários pelourinhos, para denunciar e não esquecer da infâmia escravocrata, é quase inacreditável! Seria verdadeira a tese de Cioran, de que os maiores carrascos são recrutados sempre entre os sobreviventes de uma chacina?

Enfim, que esse fato abominável sirva pelo menos para, finalmente, despertar entre brancos, negros, amarelos, albinos e etc, o interesse pela obra de Frantz Fanon.




 





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