terça-feira, 27 de setembro de 2022

PARADOXOS... Ou, o blablabla lançado sobre os ouvidos do populacho...

"Trata-se de um gênero de discurso duplamente abusivo, que consiste em abusar das palavras para abusar, pura e simplesmente. Assim, o demagogo, o sedutor, e o camelô ilustram, sob a denominação comum de charlatães, os especialistas do blábláblá, mas seu representante é sobretudo o sofista, que, segundo uma tradição filosófica inaugurada por Platão, encarnaria esse charlatão, cumulando unicamente nele os vícios dos três anteriores. Esse traficante da sofia adularia ora os figurões, ora a ralé, desvirtuaria os espíritos jovens ao atraí-los para si, e, por último não deixaria de enaltecer suas qualidades de pedagogo, para vendê-las a quem desse mais..."

Frederic Schiffter

(IN: Sobre o blablabla dos filósofos, p. 21)

_____________



Na adolescência, o livro que mais gostava de consultar em minhas idas à Biblioteca, era o de Max Nordau, com um título, - para mim incompreensível e inacessível, naquela época de ignorância & obscurantismo juvenil: - PARADOXOS.

Hoje, assistindo à campanha eleitoral e aos crimes estúpidos que vêm sendo praticados em nome de um ou de outro candidato, voltei ao assunto. Paradoxos! Não é um paradoxo que se siga garganteando que as eleições são o pilar fundamental das democracias quando, ao mesmo tempo, se sabe que 85% dos votantes (dos eleitores) são analfabetos que não conseguem interpretar uma fala e um texto com mais de cinco linhas? 

Como fazer-se entender nessa Torre de Babel contemporânea? 

E de que serve a "escolha" e a "preferência" dessa gente atordoada pelo blábláblá vigente? Dessa gente que se vai ao teatro assistir a uma peça onde ocorre um parricídio, na saída, quer acionar a polícia para prender o ator?

Sim, isso é muito ridículo! É eternizar o subdesenvolvimento... e sempre as mesmas famílias no poder... 

E não me venham com aquela lengalenga de que esse pensamento é elitista, de que os ignorantes também são gente, que também irão ao paraíso! e que o voto é direito (e obrigação) de todos. Que um governo de filósofos, de pensadores e de eruditos (como pretendia Platão) seria mil vezes mais perverso, bizarro e cruel... etc.

Tudo bem! Entendo...

Mas, que tal se propor a erradicar essa patologia em seis meses? Sim, em seis meses, porque um país que em seis meses não consegue alfabetizar seu povo, bem que poderia voltar a ser colônia... 

A propósito, a alfabetização está no programa de algum dos ilustres candidatos? Ou haveria um interesse particular no 'seio' das elites políticas, em manter essa legião de energúmenos atuante e presente na sociedade e nas urnas?

Que tal passar a investir mais no cérebro do que no estômago do rebanho? Ao invés da trapaça da cesta básica, que tal uma biblioteca básica?

E... as balzaquianas, (lembram?) em plena terça-feira, continuavam louvando a Era de Aquarius, agora, na esquina de minha casa... Teriam enlouquecido?






Um comentário:

  1. É so reparar o que se escuta como 'música'...Beethoven iria ou ter um infarto no primeiro minuto ou iria virar um físico nuclear e na sequência detonar umas 500 bombas H! Odeio esses idiotas e seus sertanejos, funks cariocas e etc. Zero cultura! E quer saber? Tolerancia zero pra esses energumenos. E antes que alguem pense que voto no tal bolsonaro direi: odeio politicos! Viva Beethoven!!!

    ResponderExcluir