E a campanha eleitoral está no auge.
No domingo que vem já teremos um novo "interventor".
Neste domingo a cidade acordou com um sol chocho e com o som de alto-falantes, uns no sul, outros no norte. Haveria fla-flu hoje?, se perguntavam em ressaca os burocratas mais alienados. Depois, mais atentos, ouviam o nome do Lula e do Bolsonaro sendo gritados por megafones. Bandeiras, slogans, tiros, buzinas, frases ainda dos tempos do Getulio Vargas. E os monopólios da mídia, em "disputa", inventando debates, tentando criar um clima para fisgar mais anunciantes. E, curiosamente, nos tais debates, todos têm ideias quase geniais que, se levadas à prática, transformariam o país num paraíso em menos de cinco anos. Por que não pensar num governo coletivo? Se eles se unissem e governassem juntos, como seria? Sim, na essência, pensam e dizem as mesmas coisas. Deus, parece tremular no coração de todos! E deve ser o mesmo, não é verdade? E a família? Ah, a família! Todos parecem ter uma fixação na família! Na Sagrada Família! Ah! naturalmente, não devem ter lido nunca os prontuários dos hospícios e absolutamente nada de D. Cooper e de R. Laing...
No debate de ontem, por exemplo, o momento crucial foi quando a candidata Simone Tebet, rebatendo um candidato padre, deixou claro que não se confessaria com ele. O padreco esmoreceu. Pensei, meio maliciosamente: o que aquela simpática mulher, latifundiária e ainda sedutora, teria a contar, de joelhos, a um padre? E pior: a um padre de extrema direita e da igreja ortodoxa? Que culpas? E que pecados poderia estar cometendo? Confessar-se? De onde surgiu essa aberração? Sabe-se que já era praticada nas religiões antigas da Pérsia, India e do Extremo Oriente e pelos que se faziam iniciar nos mistérios de Eleusis e de Samotrácia... E não esqueço que foi surrupiada e saqueada daquelas tribos pelo catolicismo e que Freud, por sua vez, a plagiou do católicos. Tanto no confessionário como no divã: Diga tudo o que lhe vem a mente...
Nenhum comentário:
Postar um comentário