terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

O Ministro e os homossexuais...


 "Todos os bebês são de direita, alguns octogenários são de esquerda..."

Albert Bégue




Lá no 18 Brumário, Marx profetizava: a história se repete, primeiro como tragédia e depois, como farsa.
Essa história de 'fobia a homossexuais' seguida pelo teatro judicial, já tem ido além das profecias do velho judeu. Repito: primeiro, que se for fobia, assim como qualquer outra das trezentas e tantas fobias registradas nos prontuários dos ambulatórios, deve ser tratada em clinicas psicológicas, em ambulatórios e, dependendo do caso, em hospícios, e não por juízes, policias e carcereiros. Segundo, que é hora dos homossexuais começarem a crescer e a se libertarem dessa obsessão e insistência pueril pela tutela do Estado. Quê porra de revolução sexual é essa, que implora e precisa da aceitação e da aprovação do Estado, dos Padres, da Sociedade e de velhos ministros? Que porra é essa? Qualquer insinuação sobre suas preferências, surja de onde surgir, irá agora ameaçá-los, afetá-los e prostrá-los para sempre? Vão agora querer  patrulhar o pensamento, a linguagem e o desejo dos outros? Virar carcereiros? E quando escrevo isto, estou pensando no filósofo romeno que nos prevenia: "Os maiores verdugos são sempre recrutados lá entre os sobreviventes de uma chacina". 
Caiam na real!
E depois, no caso em questão, parece que o que está mais em jogo nem é a questão sexual dos gays, mas a questão da família. Da Sagrada Família. Os gays se ofenderam por que o Ilmo Ministro da Educação levantou a suposição de que eles são sempre frutos oriundos de famílias desajustadas. Ora, dizer "família desajustadas" é um pleonasmo. Qualquer sujeito que tenha ido além do Tio Patinhas e do Paulo Coelho sabe que a família, apesar das demagogias vigentes, é o principal foco de psicopatologias e a correia de reprodução de todos os transtornos, sejam eles da natureza que for. E mais: que se a família "desajustada" é um problema, a "família ajustada" é um horror. Quem é que não se lembra que (historicamente) a instituição do casamento foi apenas uma medida sanitária (da ANVISA daquela época) para combater uma epidemia de gonorréia?

Como diria Ronald Laing:
[Eles estão jogando o jogo deles.
Eles estão jogando de não jogar um jogo.
Se eu lhes mostrar que os vejo tal qual eles estão,
quebrarei as regras do seu jogo
e receberei a sua punição.
O que eu devo, pois, é jogar o jogo deles,
o jogo de não ver o jogo que eles jogam...]

Enfim, como sabemos que o moralismo, seja de direita ou de esquerda, de prostitutas ou de santas, é sempre iatrogenico e tem sempre a mesma toxidez, que se deixe os menininhos e as menininhas (assim como aos ilustres e velhos ministros) brincarem com seus míseros & efêmeros brinquedos da maneira que quiserem e que bem entenderem, e que a JUSTIÇA, com seu exército de velhos promotores, de velhos juízes e de velhos aspones, que faturam 30 mil dólares por mês, ao invés de seguirem se embriagando e nos ludibriando com bagatelas, que se esforcem para esvaziar os presídios e não o contrário, porquê, apesar da pantomima beata e maligna do cotidiano, sobre sexo e dinheiro ninguém diz a verdade.




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