E o fogo se espalha florestas afora! Quem, afinal, estaria tocando fogo no mundo? Ou estamos voltando aos folclóricos casos de combustão espontânea?
Além das queimadas da Amazônia e das que sobem pelas montanhas de Minas Gerais, além das que aparecem misteriosamente na Bahia e na California e na Espanha, Portugal, Grécia e etc, as labaredas chegaram também ao Vale da Lua, um lugar paradisíaco e místico ali no interior de Goiás, para onde os burocratas aqui de Brasília gostam de ir passar os finais de semana com suas secretárias e lá, sobre aquelas pedras côncavas e 'lunares' que facilitam a indução de fantasias infantis, esvaziar duas ou três garrafas de Veuve Clicquot... O problema é que já está mais do que claro que existem canais comunicantes entre impulsos sexuais, cleptomania e piromania... e que o casal, antes, no meio e depois da lambeção e da luxúria, sempre acaba lançando uma bituca aqui, outra ali; uma faísca para um lado, outra faísca para outro lado... E que depois só se ouve as sirenes do bombeiros... Os párocos clamando por São Floriano; uma ou outra velhinha com baldes de plástico; o cheiro das outras ervas queimando e os carcarás, como drones, esperando para, mais tarde, banquetear alguma serpente parcialmente incinerada...
As crianças, segundo Stekel, em Atos Impulsivos, são sempre incendiárias. Quem é que não lembra de sua mãe ou de sua babá lhe proibindo de brincar com fogo à noite se não quisesse mijar na cama? Esses pequenos incendiários adoram ver o inicio das chamas. Segundo Wagner-Jauregg, "existe na criança um instinto incendiário primitivo e próprio". Um fascínio por fósforos e por isqueiros... Nas línguas de fogo - dizia um paciente de Stekel - reside um encanto secreto; a poderosa força do fogo se me aparece quase como coisa que tem vida... Qualquer um concorda que não precisa ser nem cigano, criança ou pirômano para testemunhar a beleza das línguas de fogo, e da dança das labaredas... Os papéis, as madeiras e as folhas secas se contraindo e ardendo! Ah!, Tocar fogo num paiól é um desejo latente e quase universal no cerne do incendiário infantil para quem, seria o máximo ver o cerrado, a selva, a cidade e as casas, principalmente as escolinhas, virando cinzas no meio da noite, quase uma obsessão...
Enfim: o incêndio, como diz Stekel, seria realmente um impulso sexual reprimido que acaba por converter o sujeito num incendiário? O 'fogo de seu desejo' sendo lançado sobre o mundo? E mais: seguido dos gritos de histeria e de desespero dos adultos, dos proprietários... e, no outro lado da rua, quase aplaudindo a transcendência e a indiferença das chamas... o cinismo de alguns sujeitos, francamente decididos a, no caso do mundo realmente pegar fogo, salvar o fogo...
A "nossa" elite aí ó Bazzo
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=1O7FKE0pGro