Hoje, quinta-feira, com a cidade se preparando para enfrentar o deserto das 13:00 horas, deparei-me com o Mendigo K. Estava com sua mulher que, por coincidência, nos anos 80, era uma divulgadora da obra de Gurdieff aqui na cidade e que até promovia ensaios da Dança Sagrada desse místico russo. Já ouviu falar de Gurdieff? Já ouviu sua música? Inspirada nas canções quase primitivas dos dervixes da Armênia, dos curdos e dos afegãos? Já teve noticias da chácara Prieuré, daqueles tempos, em Fontainebleau, nos arredores de Paris? Conhece minha mulher que ensina A Dança Sagrada do Gurdieff? Ela o conheceu ao vivo no Café de la Paix- Aponta carinhosamente para ela (que finge estar intimidada) ao mesmo tempo em que foi tirando da mochila três livros: Encontro com homens notáveis; Relatos de Belzebú para seu neto e A vida só é real quando "Eu sou"..
Despediram-se e saíram abraçados, sem destino...
A manhã estava estupenda. Se não fosse o calor e a secura de deserto...
Na cidade do México daqueles tempos (lembro), um dos professores, um cubano dissidente que ensinava em sua própria casa, no auge das aulas, às vezes falando de Freud e do Porvir de uma ilusão, pedia para que sua mulher acionasse uma ou outra composição do malandro do Cáucaso, tocada por Thomas Hartmann, um de seus discípulos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário