quarta-feira, 16 de setembro de 2020

As lindinhas, a Ministra Damaris, a dança twerking e os bodes...





"O adulto está manifestando a sua própria infelicidade sexual e emocional sobre uma criança atemorizada demais para protestar, fraca demais para se defender e dependente demais dos cuidados continuados dos adultos para sua própria sobrevivência..."
S. Freud
(IN: Jeffrey M. Masson, Atentado à verdade)

Nesta semana a ministra Damaris encontrou outra razão para sua fervorosa militância em defesa do pudor, da santidade e da "pureza" da infância:  O filme francês que está disponível na internet: AS LINDINHAS. 

Segundo ela,  esse filme é um prato cheio para os libidinosos, os pedófilos e até para os não pedófilos... É compreensível o conflito da ministra, mas ela, como religiosa, também deve lembrar que, como se diz por aí, "o desejo do bode também é uma dádiva de deus".

A tal dança twerking (presente no filme e que na verdade é uma dança para mulheres idiotas) seja ela praticada por crianças, adolescentes ou por sexagenárias, está a serviço apenas das fantasias primitivas masculinas e é um convite até para os brochas.  

Mas, convenhamos, a militância da ministra é inútil. 

Está tudo dominado. Já se pode até comprar corpos de silicone, de todas as idades e dos dois sexos, nos sex-shop... 

E depois, é um equivoco acreditar que a gerontocracia venha fomentando precocemente o desejo e a sexualidade infantil. Não! Apesar dos desvarios da espécie, a criança continua uma criança, perversa polimorfa, como dizia Freud, mas uma criança. O que se está fazendo com elas, por ingenuidade e por burrice pequeno-burguesa é travestindo-as de mulheres e, com isso, tornando-as em ISCAS mais visíveis e vulneráveis aos predadores... 

Por que essa pressa dos pais? Se tanto estética como filosoficamente, nada é mais ridículo do que uma mulher de 70 fantasiada de adolescente, e se nada é mais estúpido do que uma criança de 5 fantasiada de balzaquiana?...

Desde os anos 60 (ou desde o mongol Gengis Khan) as meninas vêm sendo prematuramente manipuladas, performatizadas e abusadas, não para "fazer sexo" mas, estúpida e ingenuamente, para "seduzir" e "incitar" as psicopatias sexuais dos Outros. Repito: Essa perversão social não significa que a sexualidade delas, dessas meninas, esteja sendo fomentada ou turbinada. Não! Até porque, se fosse assim, talvez os registros nos prontuários dos ginecologistas e nos próprios diários das mulheres dos últimos séculos, seriam diferentes...

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A propósito: Depois de assistir ao filme mencionado acima, assistir ao documentário O DILEMA DAS REDES...




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