terça-feira, 19 de maio de 2020

E a hidroxicloroquina? É tudo o que se conseguiu engendrar até agora? Que miséria!

"Tenho aversão às pessoas que se olham no espelho e que sorriem para si mesmas..."
Katherine Anne Porter
(A nau dos insensatos)

E a hidroxicloroquina? Será que ainda teremos uma guerra civil para decidir seu uso ou não?  Que miséria!
A verdade é que a chegada do coronavírus deixou todo mundo tonto e escancarou, - apesar de todo o falatório prepotente de civilidade e de progresso -, a fragilidade e a miséria civilizatória. E não apenas aqui nos trópicos, nos países fodidos da America Latina, mas no planeta inteiro.
Não há nada além da tal cloroquina?
Onde estão as centenas de doutores e de pós-doutores que passaram um terço de suas vidas mamando nos tetões do Estado e das monarquias pelo mundo afora, se especializando em saúde pública, se pavoneando de comer beldades, de beber bons vinhos e de ir à L'Ópera?
Que fim levaram suas teses? Suas sapiências? Seus Honoris Causa? Só sobrou a cloroquina? Deve haver um engano aí!
E onde estão as multinacionais de medicamentos que, durante o último século, passaram, felizes da vida, só produzindo e vendendo remédios para a depressão, a TPM, o diabetes e a hipertensão do Terceiro Mundo?
E onde estão os cinco ou seis ex-presidentes da república, uns místicos; outros supostamente acadêmicos; outros orgulhosamente analfabetos; outros delirantes e outros que não valiam sequer um tiro de revólver  e que, de uma maneira ou de outra, são cúmplices do coronavírus, desse fantasma que agora pisoteia e humilha a ciência e o país?
E as raposas do feudalismo empresarial que agora, com medo de perderem seus subalternos estão abrindo seus cofres. EEUU, 3 trilhões de dólares! União Européia, trilhões de euros, tudo distribuído para a sobrevivência das colônias e da máquina.  Tudo bem! Mas aonde estava esse dinheiro? E por que não foi disponibilizado antes?
Agora, como diziam os velhos portugueses, pode ser que Inês já esteja morta!
E, como me lembrava o Mendigo K, sobre o que é a civilização: "Primeiro o soldado, depois o mercador, depois o sacerdote, depois o advogado. O mercador paga o soldado e o sacerdote a fim de conquistarem o país para ele. Primeiro o soldado, um assassino; depois o sacerdote, um mentiroso; depois o mercador, um ladrão; e todos os três chamam o advogado para fazer as suas leis e defender os seus atos. Aí está a civilização!"

Nenhum comentário:

Postar um comentário