domingo, 16 de março de 2025

Se lá em Florença, o que existe de mais interessante é o Mac Donald, aqui em Brasília, é a Feira do Paraguay...




Sem falar das três pastelarias que fervilham no interior daqueles labirintos que lembram as medinas de Marrakech ou o Hongqiao Pearl, de Beijing, o zum zum zum dos comerciantes com suas ofertas e trapaças é muito gratificante. E são praticamente todos estrangeiros. Quem não é árabe, é chinês. E todos parentes. O que você não encontra na tenda ou na "loja" de um, ele vai buscar na tenda ou na loja do tio, da irmã, da concunhada... Até falam bem o português, mas como tática de venda, preferem resmungar em seus próprios idiomas. Nos períodos em que nossa moeda é praticamente uma merda (se comparada às moedas internacionais) e não se pode viajar nem para a Bolívia, quem gosta de sentir-se num meio estrangeiro vai lá. E ninguém sabe quando e nem de onde vieram. E não gostam de falar sobre o assunto. Os chineses, com medo que se os considere comunistas, insinuam que têm familiares em Hongkong. Já, os árabes, (principalmente nestes dias do Ramadã), procuram distanciarem-se de qualquer menção à tentativa de genocídio na Palestina. Seria inconveniente para seus negócios se os burocratas pequeno burgueses e ignorantes os associassem aos combatentes do Hamas... E são "simpáticos" e excelentes comerciantes. Agora, se identificam que você é um fodido e morto de fome que foi lá apenas para comprar uma "capinha de celular" e comer um pastel com caldo de cana, te ignoram. Teriam algum parentesco com os fenícios? Sabem tudo sobre computadores, fabricação de espadas; câmeras fotográficas, tênis, violinos, partituras, telescópios, inteligência artificial, importação, exportação de porcarias, câmbio, etc, etc. Uma chinesinha quase autista, no fundo de um labirinto, entre caixas e sacolas contrabandeadas do Paraguay, intercalando música pop coreana com Piazzolla...

Enfim, aos domingos em que não há passeatas e nem manifestações de indígenas ou das Margaridas; nem dos Sem-Terra; da turma do Agro-negócio; da TFP; dos prefeitos; dos gays; dos defensores da maconha; dos militantes de Cristo; dos aposentados; dos professores e etc, o melhor lugar do mundo, aqui na Capital da República, com todas as bibliotecas burocraticamente fechadas é, sem dúvida, a Feira do Paraguay (dos importados!). Inclusive, porque há lá também, uma espécie de boutique que vende filhotes de gatos, de cachorros e até de ratos... Cada um em sua jaula, rosnando, com aqueles olhinhos acusadores, assistindo aquele espetáculo de vigaristas e a espera de que um novo solitário e deprimido lhes faça um breve cafuné e até mesmo os compre, ou roube....... 




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