JOGO DE SALÃO: A imoralidade do 'bo ton',
o triunfo dos imbecis..."
Boitards
Depois das investidas e aventuras dos ministros pelos subterrâneos da genitalidade; depois que todo mundo já entendeu o que quer dizer Me too; depois das sessões de hipnose entre o Marçal e uma meia dúzia de outros vivaldinos e pretendentes aos cofres da Prefeitura de São Paulo; depois das labaredas que se espalham até pelos biomas mais idílicos da pátria, agora, na pauta dos representantes do povo e da mídia, está a questão das bets. Bets?
Que merda é essa?
Ah, é uma palavra que, na língua dos colonizadores, quer dizer apostas. Os moralistas de plantão, tanto os que usam arreios como os laicos, dizem estar preocupados com a legalização dos jogos, com o vício dos apostadores e com o futuro da sagrada família.. Ah! os malditos jogos! A roleta! Ah! O baralho cigano! As cartas de Madame Lenormand! La Buena dicha! A roda da fortuna! O jogo do bicho! A corrida de cavalos! As loterias! Ah! o murmúrio das velhinhas resmungando: Bingo!!! Isso pode se transformar num vício até pior do que a dependência ao Crack ou ao açúcar! Insistem os cretinos.
E apostar, - isso a igreja já vem alertando seus apriscos há séculos - 'é coisa de Satanás'... Satanás, como a turma da Terceira Idade, adora uma noitada clandestina de pôquer, aquele barulho das fichas... e fica inebriada ao redor de uma mesa de Canastra... (remédio seguro para o tédio e para a insônia...)
Que mal há nisso? Apenas UM:
O de aceitar deliberada e voluntariamente, pagar mais um imposto a um Estado perdulário e que é réplica monárquica.
Ah! Resmungava o Mendigo K: Pensem naqueles tempos das noitadas do cassino da Urca... de Ipacaray... ou do Panamá! Nas 'noites brancas' de San Petersburgo! Las Vegas... Nos sussurros e cochichos das cortesãs, - com seus preços e suas almas de cadelas - misturados às madrugadas e às enxurradas dos caça níqueis. Os truques. A bandidagem. Os donos dos latifúndios. Os cobradores de aluguéis e as máfias urbanas. As moedas envenenadas, o pó, as bebidas falsificadas, .... os passaportes clonados. E atrás do veludo verde da mesa e do croupier, (em seu black-tie) o imenso e indiferente crucifixo de ferro cromado, com um palestino de braços abertos e sangrando...
Pensem naquele russo despirocado que chegou até a apostar sua própria mulher numa rodada de Dourak... Como se chamava, mesmo? Fiódor Dostoiévski. Autor de Noites brancas. [O meu coração batia como o de uma ave presa!] escreveu na página 19.
https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2024/09/6946264-jogos-on-line-e-crise-climatica-representam-risco-a-saude-mental.html
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