terça-feira, 26 de março de 2024

Terça-feira, 26 de março de 2024... No ar, ameaça de dilúvio...


Bastaria um grãozinho de areia no ureter do Netanyahu..."

(anônimo)




Nesta terça-feira, que amanheceu ameaçando um diluvio, com as confrarias judiciárias queimando incenso umas para as outras (com relação à prisão dos matadores da Marielle), de saco cheio com toda essa dialética mambembe, abri ao acaso o volume que minha empregada deixou cair junto a um balde de trapos recém lavados. De quem era? Daquele portuguesinho melancólico e esquisito, beirando ao ridículo, que ficava mais esquisito ainda sob aquele chapéu, atrás daquele nariz, daquele bigodinho de púbis invertido, daquelas sobrancelhas e daqueles óculos). Na página que me foi ofertada pelo acaso havia isto, que li:

[ Eu, que sou mais irmão de uma árvore que de um operário,

Eu, que sinto mais a dor suposta do mar ao bater na praia

Que a dor real das crianças em que batem...

Eu, o fumador de cigarros por profissão adequada,

O individuo que fuma ópio, que toma absinto, mas que, enfim,

Prefere pensar em fumar ópio a fumá-lo

E acha mais seu olhar para  o absinto a beber que a bebê-lo

Eu, este degenerado superior sem arquivos na alma,

Sem personalidade com valor declarado,

Eu, o investigador solene das coisas fúteis

Que era capaz de ir viver na Sibéria só por embirrar com isso,

E que acho que não faz mal não ligar importância à pátria

Porque não tenho raiz, como uma árvore, e portanto não tenho raiz...]





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