Aqui entre nós:
O teatro e a baboseira que se está fazendo ao redor da pousada do Bolsonaro na Embaixada da Hungria, é típico de uma cultura tupiniquim e de dar pena...
Da única pessoa que poderia estar preocupada, não se ouviu um pio até agora.
E se esteve lá apenas para reler as poesias de Sándor Petófi? Ou para reencontrar uma amante húngara?
Sim, porque o milenar proxenetismo diplomático não é novidade para ninguém... Além do que, por aqui, todo mundo sabe que as noites, ali na beira do lago e no meio daqueles jardins exuberantes são mais do que românticas... E é bom lembrar que ele vivia cacarejando que era imbrochável...
Esconder-se? Pedir asilo (asilo ou exilio)? E daí? Quem é que, por mais devoto e escravo da pátria que seja, não tem pavor de imaginar-se enfiado numa de nossas penitenciárias? E quem é que não desejaria imensamente exilar-se, pelo menos em Pasárgada? Ou mesmo que fosse lá num dos círculos descritos por Dante?
Enfim, se o motivo daquelas duas noites não foi a poesia parnasiana de Sándor Pétofi e nem o colo de uma amante e ele realmente queria fugir, qual é o problema? Que fuja! Ao invés de confiscar-lhe o passaporte, que se lhe conceda um especial de Cidadão do Mundo, + um abraço... e, que como diria Descartes Larvatus Prodeo.
Ora! finalmente, um preso a menos para o sistema penitenciário ter que bancar... e um risco a menos de que ele volte a fazer merda na República... E por falar em merda, que tal começar a preocupar-se com o esgotos a céu aberto, país a fora?
Essa mentalidade persecutória, babaca, suburbana, tacanha, moralista e caipira à qual o país está submetido é abominável! Sim, a herdamos de um povo ainda idiotizado pela Idade Média, sedentário, cheio de crenças tribais, de virtudes imaginárias e com um inconsciente povoado de culpas, perigos e de desgraças... De um povo subalterno e tímido que nasceu e morreu iludido, na mesma cama e no mesmo casebre... Sim, mas é necessário curar-se e colocar-se em pé.
E, que o hóspede em questão, durma onde quiser! Sem ter que prestar contas (como um colegial) ao bando de alcaguetes de plantão. E que ele próprio, pelas estradas do mundo, vá conquistando a consciência de que a morte é a noite mais longa de todas e, curiosamente, uma das únicas que não é povoada de pesadelos...
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