A primeira vista, parecia que iam tocar fogo em Buenos Aires...
Muitos tambores e muita erva. Estavam presentes e lado a lado, o velho Che, a Evita, a OLP, o pessoal do MST (Movimiento sin Trabajo), campesinos, obreiros, etc, etc... os anarquistas, os ecologistas, o pessoal o TTT (Tierra, Tejo y Trabajo), e até o Escobar... Barrios de pié!, dizia uma faixa. Nuestra América! Garganteava outra.; etc, etc. Ironicamente, até num hot door iluminado aparecia a última governante dizendo: GRACIAS POR TANTO AMOR!!! E a marcha seguia: sem nenhuma apologia aberta ao marxismo e nem sequer ao comunismo... nem estavam presentes a bandeira do arco-íris... e a de Israel, como costumam sempre estar no Brasil... Pero, aún asi, no pasa nada...
De uma ou outra janela, gente de outra classe, interrompia a leitura de Lacan e espiava discretamente a turba. Sim, com um certo desprezo, mas sem esquecer que o próprio Lacan havia vociferado que só a subversão é revolucionária... (Aliás: que só o saber é subversivo...) Depois, sob o ritual e a alucinação dos tambores e da erva, rumaram até La Plaza de Mayo e daí a manifestação foi se dissolvendo, com os líderes, acabando no Bodegon do Mercado, Lavalle 502... Uma merluza à Romana, com dois copos de vinho servidos por uma garçonete cujos avós vieram da Romênia... Sem grandes pretensões, dizia que em sua casa guardava a partitura de Djelem Djelem...
Na esquina, com a noite já feita, meia dúzia de bêbados empunhavam um violino, + aquela sanfona do Piazolla e cantarolavam El loco...
" Só o saber é subversivo"! Bravo, Bazzo. Estas aproveitando bem Buenos Aires! Bravo!
ResponderExcluir¡Que viva las Federaciónes de Organizaciones de Base!
ResponderExcluir¡Dario Santillan presente, Maximiliano Kosteki presente!