domingo, 5 de fevereiro de 2023

Acredite: No dia internacional de combate ao câncer, afundaram o porta-aviões impregnado de amianto...(!?)



{É comprovado cientificamente que uma pessoa em exposição ao amianto, inalando-o constantemente, pode adquirir vários tipos de câncer, entre os quais a asbestose, a mais freqüente entre as enfermidades fatais, que ocorre quando as fibras do mineral alojam-se nos alvéolos, comprometendo a capacidade respiratória}





 Sem nenhuma frescura fashion ou romantismo babaca, é difícil admitir que com a cumplicidade da marinha, dos pescadores, dos ecologistas, do Judiciário, do governo de plantão e até da turma do Green Peace, acabaram mandando para o fundo do mar, o tal porta-aviões repleto de amianto... E você, meu compadre e meu brother, você sabe o que é o amianto, não sabe?

Mesmo aqueles vivaldinos & demagogos que recentemente estiveram em Davos, tagarelando sobre o bioma amazônico, sobre o Angelim-vermelho de 500 anos e fazendo poesia ao redor da Vitória-régia, dos índios, dos rios contaminados por mercúrio, e proselitismo a respeito dos mares com suas baleias-Jubarte.., mesmo esses apóstolos profissionais, assistiram essa barbaridade palitando os dentes, cabisbaixos e calados. E não falo dessa esquisitice apenas pela quantidade de amianto que havia no casco daquela sucata.., não, mesmo que estivesse carregada apenas da merda de uma tripulação imaginária, já seria um crime hediondo, uma estupidez pornográfica e suicida mandá-la para o fundo do mar...

Onde estavam, afinal, os ecologistas?

Os nacionalistas?

Os tais sanitaristas, especialistas em câncer e em oncologia?

Os defensores dos corais vermelhos, dos mexilhões, das ostras e dos moluscos?

Como explicar o silêncio dos pescadores e dos comedores de caranguejos?

Da fadinha druida, lá da Noruega?

E onde estavam os tagarelas da mídia e os apreciadores de lagostas ao forno e de pescada amarela a dorê?

Onde estava a poetisa Marina?

A família Schurmann, a filha do Gabeira e o Amyr Klink?

Os revolucionários de plantão e os stalinistas enrustidos?

Os mergulhadores?

E as malandras sereias, inventadas por Homero?

E os sobreviventes de la Nave de los locos?

E os surfistas e vagabundos do Dharma?

Onde estavam as beldades de Ipanema, que às nove ou dez da manhã, com a clássica tanguinha entrando pelos glúteos, (para não falar pelos grandes lábios) atravessam religiosamente a Vieira Souto, em direção às ondas, para molhar-se delicadamente os pés, enquanto invocam a Caymmi: ah! é tão doce morrer no mar, nas ondas verdes do mar...

Onde estavam os sábios do judiciário e o "pessoal do porão", para usar uma expressão feudal e recente do Ministro Gilmar Mendes?

Onde estavam os discípulos de Iemanjá e os descendentes do pirata Barba Negra?

Onde estavam os queimadores de incenso à Nossa Senhora dos navegantes?

Hibernavam!

A catalepsia é geral!

O Mendigo K, mesmo estando em outra vibe, mas que também está furioso com essa estupidez, me lembrou que lá pelos lados de Salamanca, nos anos 60, na porta do Convento de Las Batuecas, podia-se ler: Viajante, se tem problemas de consciência, bata e lhe abriremos. As mulheres estão proibidas... (ver  Buñuel, Meu último suspiro, p.p. 198/199.)

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EM TEMPO: A esposa do Mendigo K que acabo de encontrar ali no Mercado Donas de Casa, disse ter lido meu texto acima e comentou: Bazzo, não seja idiota! Essa história do amianto ser o 'fim-do-mundo' é balela. Quase tudo em nossas casas, desde a caixa d'água até as marmitas de isopor estão impregnadas dele. E estamos saudáveis e vivos! Aquele que dizem estar impregnado no casco do tal porta-aviões, o mar, em 60 dias, se encarregará de transmutá-lo numa brisa suave e benéfica tanto para os animais marinhos como para os marinheiros e para nós... Caia na real! Não fique, como um papagaio, repetindo palestras apocalípticas e cada vez mais vazias...

Pensei em mandá-la se foder, mas havia algo de muito luminoso e de muito afetivo em seu olhar... 



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