quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

A farsa da discussão sobre o Banco Central... (esse e outros templos da usura...)




Imersos numa nuvem de fumaça e manipulados como guapecas em cio, vamos ouvindo os dois bandos dominantes encenando uma discussão cretina e inútil sobre o BANCO CENTRAL: deve ser independente ou não? 

Ora, não sejamos cabotinos! O problema não é esse! O problema não é sua independência, mas  sua existência..

Como é possível que existam bancos e pior: banqueiros? Durante muito tempo essa foi a pergunta que todas as lutas revolucionárias entoavam... mas agora, tudo virou vaselina, geléia e marmelada... (e digo marmelada, como metonímia, porquê já nem há mais marmelos). E o poder passou a ser escrito com ph: phoder... Observem como nas epidemias e nas crises o Estado logo passa a funcionar como um banco e como o pior e mais implacável de todos... e a usura é institucionalizada! Apesar do que predica o livro sagrado dos cristãos sobre a usura, na parede, por trás dos gerentes, observem, há sempre um imenso crucifixo com o enviado torturado e sangrando... Como interpretar uma esquizotipia dessas? E observem como até os mendigos têm fé no Itaú, no Bradesco, no Santander e claro, no Banco Central... E como são induzidos a levar suas  parcas e porcas economias para os banqueiros administrarem... E como esses miseráveis tiram o chapéu e a poeira dos chinelos antes de entrarem nessas agências cheias de espelhos, de oráculos, de segredos e de esbirros...  Sim, como dizia L. Bloy, também o sangue dos pobres é o dinheiro...

E o gerente ( observem) é quase um rabino, quase um padre e quase um pastor... diante do qual, inconscientemente, os clientes fazem uma sutil genuflexão... E o Talão de Cheques? Ah! é quase como um breviário sagrado... e vender Ações é o mesmo que vender Indulgências...

E os malandros de plantão (como se houvesse um esquecimento irreversível) falam da tal CELIC como quem fala da Santíssima Trindade! E do FMI como de uma filial do Horto das Oliveiras... que propaga a fé no dinheiro! Já que a chave do cofre é a mesma que abre o tabernáculo. E a sacristia ou a sinagoga não se diferem em nada de  agências da Caixa Econômica...

Enquanto rabisco este pequeno manifesto contra a canalhice social, recebo de minha correspondente na Turquia uma noticia emocionante: as aves pressentiram e anunciaram a eminência do terremoto. Ah! mas já era tarde. Ontem e antes de ontem, já era tarde! 


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