terça-feira, 27 de dezembro de 2022

COVID... 1 billion de chinois... et moi et moi et moi...


"Nosso senso de medida não suporta o imensurável. Após um certo ponto, até o sofrimento se torna hilário. O unhappy end é tão inverossímil como o happy  end..."
Dezsö Kosztolányi
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Nesta tarde de chuviscos, e de lendas políticas, a cidade experimentou outra tarde patética. Como está todo mundo alucinado com a posse do "novo" Presidente, pela ideia de terrorismo e pelo sentimento trágico da vida, uma mochila abandonada ali nos fundos do setor hoteleiro, mobilizou todas as polícias... Bizarro! Se fosse em Telaviv ou em Damasco, tudo bem, mas aqui... 
Enquanto aqueles homens fardados se enfiavam dentro daqueles escafandros, a peãozada, os taxistas, as 'belas da tarde', os funcionários públicos, velhinhos aposentados e os estagiários da mídia olhavam a mochila de longe como se de dentro dela pudesse, de um momento para outro, escorregar uma serpente (todo paraíso tem uma serpente!) ou até mesmo, por que não, o Leviatã de Hobbes? A noticia se espalhou rapidamente, e todas as hipóteses convergiam contra os ditos bolsonaristas que ainda estão acampados por aí, esperando por Godot. E por falar em Bolsonaro, amanhã - dizem - ele viaja para a Disney World... Seria um sonho de infância? Ah! o Zé Carioca! Ah! o Tio Patinhas! Ah! a Margarida... Quem é que irá lembrá-lo de que o gato, para onde quer que vá, leva consigo as pulgas? E três autoridades nordestinas (O Ibaneis, do Piauí; o Dino, do Maranhão e o Múcio, de Pernambuco) estiveram reunidas hoje, por um bom tempo, ali num dos palácios, fizeram pose de estadistas, deram entrevistas e etc, tudo para tratar da segurança da cidade, do país e, principalmente, da de outro nordestino, o Lula... Seria a República Nordestina? Quem é que não se lembra da recente República de Curitiba? Seria um contraponto? Atenção: de contraponto a contraponto se pode estar bordando, costurando ou tecendo a perenização da infâmia... Sempre que falo em 'bordar', em 'costurar', ou em 'tecer', penso obsessivamente em Penélope... E o tempo passava. A mochila (como uma réplica da caixa de Pandora) estava lá, imóvel. Os paranormais e os paranoicos do establishment se puseram de plantão. Quê mistérios deveria ocultar? O que estaria dentro dela?
Só no final da tarde, as mocinhas da mídia, cada vez mais assexuadas pelos protocolos da corporação, (porquê é preciso ter cuidado para não despertar a libido, o imaginário e as fantasias dos espectadores!) anunciaram, aliviadas, que ah! era apenas uma mochila. Sim, às vezes, como diria Freud, um cachimbo é apenas um cachimbo e uma mochila é apenas uma mochila! A polícia desativou a operação, saiu dos escafandros quase envergonhada e as mocinhas não revelaram o que havia dentro da tal sacola e nem a identidade de seu dono. Pela experiência, o Mendigo K, apostou que foi esquecida por um desses escravos contemporâneos da construção civil e que dentro dela não deveria haver mais do que uma marmita vazia de isopor, cuecas usadas, um pano de prato, um bilhete de loteria ainda do Natal de 2021, maçarocas de papel higiênico, fragmentos finais de um baseado e dois garfos de plástico.  O que, convenhamos, para os gatunos oficiais e para os proto-humanistas de turno, deveria ter um significado e um efeito moral muito pior do que o de uma bomba!!!  

Enquanto isso, a China, com seu bilhão e tanto de habitantes, no meio de uma nova onda de COVID e de funerais, volta a abrir as fronteiras. E os chineses, netos e bisnetos de Mao Tsé Tung, lotam as ferroviárias e os aeroportos, como se estivessem revivendo a gloriosa Grande Marcha (do mestre) e se lançam pelo mundo... Ah! o ocidente! Ah! a América! Ah! O charme do imperialismo! Ah! o neoliberalismo ocidental! Ah! os perfumes, a lingerie e os vícios secretos da burguesia! Sim, eles também têm um sonho de vir à Disney World... Por enquanto, só o Japão e a Índia estão colocando limites na circulação desses camaradas. Para não correr o risco de ver a história se repetir como tragédia e, principalmente, como farsa, é importante ficarmos ligados. A propósito, a ANVISA, não diz nada? E os chefões da OMS, vão ficar novamente embriagados em suas tertúlias? E os trilhões que foram investidos em supostos infectologistas? E em supostas pesquisas? Et moi et moi et moi??? 


2 comentários:

  1. Ler aqui é meio que dar uma respirada...
    Realmente é patético observar como o tal ser humano é um imbecil completo e pior, um filho da puta de plantão.

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  2. Et toi...et tois...et tois....???? C'est lá vie! Les personnes sont toujours oubliés!

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