domingo, 26 de janeiro de 2020

São as chuvas de todo Fevereiro e de todo Março... De todos os anos...


" A paz como escravo é mais pesada do que a guerra como homem livre"
Maquiavel



Anualmente, quando as chuvas aparecem, aparecem também as enxurradas, as enchentes, os aluviões, o derrubamento de encostas e de cortiços, as ruas das cidades se transformam em rios e há gente chorando no meio das borrascas, do barro e de seus cadáveres. A mídia vai para o local das tragédias, entrevista os mais desesperados, aponta as câmeras para o negror das nuvens, faz previsões de mais chuvas, mostra as planilhas de quanto dinheiro foi roubado naquele município, naquela cidade, naquele Estado e quantas vezes o Prefeito, os Vereadores e o Governador foram a Paris naquele ano. Os padres vendem missas e rezam como autômatos pelas almas dos defuntos, enaltecem as divindades por, pelo menos, um dos dez barracos não ter desmoronado (mas e os outros 9?), todo mundo faz novenas, queima incenso enquanto os aspones daquele local juram que fizeram de tudo para evitar a tragédia e que nos próximos anos tudo estará resolvido. Este é o script de todos os anos e há décadas.
Fica cada vez mais difícil dirigir-se a essas pessoas sem insultá-las.
Uma curiosidade: Já que vão tanto a Paris, por quê é que ainda não observaram a altura das muralhas com que os franceses domesticaram o Sena? 
É evidente, repito, que há uma burrice intrínseca ao mau-caráter dessa gente. Estão viciados em desastres! Não vivem sem essas desgraceiras e sem essas desditas anuais. Gostam de ver colchões, panelas, ratos, armários, chapéus e corpos rodopiando no meio da tormenta. Gostam e lhes é lucrativo decretar Estado de Emergência ou de Calamidade Pública. Recolhem os cadáveres, reconstroem os cortiços e as sucatas. Mandam para a casa dos sobreviventes meia dúzia de cestas básicas, esparadrapo, colchões, cobertores e analgésicos, uma oração de São Cristóvão e voltam para Paris. Muitos pés-de-chinelo têm apartamentos de 500 metros quadrados em Paris e à beira do Sena. E se orgulham de tê-los comprado com 'dinheiro de sua arte ou de seu suor'.  Enquanto você se põe de joelhos e finge que acredita, troveja. Os cortiços esperam pelas novas chuvas... Todo mundo percebe que eticamente a submissão das vítimas é pior do que a podridão dos vivaldinos! Não leram Maquiavel e ainda não entenderam que a paz como escravos é mais pesada do que a guerra como homens livres...




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