segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Os jumentos baianos e o Ejião de Pekin...

[...Es necesario estar alguna vez en el abismo del infierno: si no vas allí vivo, tendrás que ir muerto...]
A.S.

Neste começo de ano a mídia até que parou de falar obsessivamente sobre o tal "juiz de garantias". Em seu lugar introduziu o assunto da mortandade de jumentos baianos, um verdadeiro genocídio que esta acontecendo por lá e, por ironia, no mesmo polígono das secas, na região de Canudos onde o Conselheiro e seus asseclas foram fuzilados há uns 120 anos. 
Segundo um humanista da região e apaixonado pelos jumentos, uns 200 desses animais que estavam na fila para serem abatidos e enviados para o país de Mao Tsé Tung, acabaram morrendo de fome e outros tantos aguardam pelo mesmo destino. Depois que os jumentos passaram a ser substituídos por tratores, por motocicletas e por outras porcarias movidas a petróleo, passaram a ser abandonados  pelas veredas do sertão. Quem viaja por lá vai deparar-se com inúmeros pelas beiradas das estradas, uns esqueléticos, outros feridos, e uns, ainda saudáveis, arrogantes, soberbos e Voltarianos desafiando as leis dos abatedouros. No ano passado, diz o humanista, foram recolhidos 4.500 também nas bibocas do Ceará.
E a China, malandramente, ao invés de reduzir sua população pela metade, vendo esses asnos flanando, vagando sem destino por aqui, passou a incluí-los em seus cardápios. Comer! Triturar tudo! De onde nos vem essa necessidade e essa ânsia doentia por sangue? 
Vai uma carne de jegue aí?
De 2016 para cá, milhares de toneladas de carne desses animais são anualmente exportadas para lá. Carne e couro. Dizem que os chineses comem a carne, saem palitando os dentes pelas imensas avenidas de Beijing e vão  para casa comer suas gelatinas de Ejião (feita com o couro de nossos jegues) sobremesa que, segundo eles, lhes provoca uma ereção imediata...
Participei essa novidade ao Mendigo K e ele, risonho me contestou: O pior não é isso! O pior é quando não houver mais jumentos e aqueles idiotas passarem a vender seus filhos, suas mães e mulheres para o deleite dos chineses! Ou então, quando os chineses e outros forasteiros desembarcarem por ali lambuzados de Ejião e dispostos a comer-lhes as entranhas e o rabo...







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