domingo, 19 de janeiro de 2020

Fragmentos do discurso que o Roberto Alvim (nosso Goebbels apedrejado) poderia ter feito....



"Não podem exigir que traguemos com gosto o desagradável pastel de carne humana que nos concedem.  Não podem exigir que nossas narinas aspirem com prazer as emanações cadavéricas. Não se pode esperar que seja heroísmo a apatia e a frieza de coração que fatalmente se manifestam cada dia mais. Um dia teremos que admitir que reagimos de maneira muito cortês e até comovedora. Os panfletos mais estridentes não foram suficientes para cobrir decentemente com asco e desprezo a hipocrisia geral..."(Hugo Ball)

E "não existe construção possível a não ser na base do desespero individual e na base de sua superação: os esforços empreendidos para mascarar esse desespero e manipula-lo sob uma outra embalagem bastariam para o provar..." (Raul Vaneigem)

Por isso, "Proclamo a oposição de todas as faculdades cósmicas contra essa blenorragia de um sol putrefato surgido das fábricas do pensamento filosófico; luta encarniçada por todos os meios da repugnância dadaísta. Qualquer produto da repugnância suscetível de converte-se em negação da família, é Dada. Protesto aberto contra todo ser em ação destrutiva, é Dada. Conhecimento de todos os meios até agora repudiados pelo sexo pudico da transa cômoda e da cortesia, é Dada. Abolição de toda hierarquia e equação social instalada para os valores de nossos criados, é Dada. Abolição da arqueologia, abolição dos profetas, abolição do futuro, é Dada. Fé absoluta e inquestionável em qualquer Ser que seja produto imediato da espontaneidade, é Dada. Salto elegante e sem preconceitos desde uma harmonia até a outra esfera, é Dada. Trajetória de uma palavra lançada como um disco, grito sonoro e respeito por todas as individualidades e pela loucura do momento, isto é Dada... Um manifesto é uma comunicação feita ao mundo inteiro, na qual não existe outra pretensão a não ser a de descobrir o meio de curar a sífilis politica, astronômica, artística, parlamentar, agronômica e literária. Pode ser doce, bonachão ou agressivo, tanto faz. O certo é que tem sempre razão, que é sempre vigoroso, forte e lógico..." (Tristan Tzara)

Por fim, "Criaremos um DADA cotidiano, uma antiestética da vida de todos os dias. O que esta além da beleza será inventado pelo ato revolucionário, criado por gestos sutis, teus olhos cruzando-se com os meus na rua e vendo-nos por primeira vez, a imagem de uma garota chinesa agachando-se para amarrar o cordão do sapato, com a ponta de sua cabeleira negra acariciando a calçada. Ouçam bem: nosso ato revolucionário será criado pelo descobrimento da disciplina não ordenada ou de uma autêntica loucura..." 
(D. Cooper)

Um comentário:

  1. https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/em-decisao-juiz-diz-que-pais-vive-merdocracia-neoliberal-neofascista/

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