sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Lástima grande que no sea verdad tanta belleza! (Leonardo de Argensola (1562-1731)








Por coincidência, quando os editores e os jornais anunciaram o livro da jornalista "japonesa" sobre o Bolsonaro, intitulado TORMENTA, eu estava revendo o da Roudinesco publicado em Paris, em  2005 e com um título semelhante: Philosophes dans la tourmente, traduzido no Brasil pela Zahar como (FILÓSOFOS DA TORMENTA). 
Parece se confirmar a idéia de que os períodos sociais conflitivos engendram mais criatividade, não é verdade? veja-se o filme da Petra: Democracia em vertigem; o livro do Guirardelli: A filosofia explica o Bolsonaro e agora o da jornalista Thaís Oyama sobre os bastidores do primeiro ano de governo do Bolsonaro. 
Apesar de uns autores/atores precisarem de um bode mensageiro como incentivo, a tendência maior é por um bode expiatório. E o Bolsonaro tem todos os qualificativos para tal. Mas é bom não se iludir. A grande maioria dos que nos cercam e daqueles com quem  nos relacionamos, apesar dos disfarces, levam um Bolsonaro, às vezes até piorado, dentro de si. Os críticos, os oportunistas e os desalojados fingem que criticam o governo de plantão e o governo finge irritar-se com eles. Mas é puro teatro. Há vasos comunicantes entre eles e ambos estão apenas construindo suas biografias, aumentando seus saldos bancários e gozando, enquanto as tropas se mutilam entre si e contentam-se com a ilusão da liberdade-de expressão" e com os 6 reais de aumento salarial.
Com que sonham as galinhas? Com milho!
Enfim: enquanto o TORMENTO da "japonesa" não estiver amontoado nas livrarias, vou relendo o da Roudinesco:

1."A França entrou em decadência? Você é pró ou contra Spinoza, Darwin, Galileu? Gosta dos EEUU? Heidegger não passou de um nazista? Michel Foucault foi o precursor de Bin Laden, Gilles Deleuze, um toxicômano, Jacques Derrida, um guru desconstruído? Napoleão era tão diferente assim de Hitler? Diga as semelhanças, diga seus pensamentos, avalie seu saber, fale em seu próprio nome". p. 9

2. "Decidi prestar homenagem a seis filósofos franceses - Canguilhem, Sartre, Foucault, Althusser, Deleuze e Derrida - cujas obras são conhecidas e comentadas no mundo inteiro (...) Todos eles recusaram, à custa do que eu chamaria de uma travessia da tormenta, transformar-se em servidores de uma normalização do homem, a qual, em sua versão mais experimental, não passa de uma ideologia da submissão a serviço da barbárie..."p11

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