Rimbaud à Marseille é um livro interessante e completo sobre a “última viagem” do autor de Uma temporada no inferno aqui por esta cidade. Esgotado nas livrarias, está disponível no terceiro andar da Biblioteca Alcazar...
Marseille, naquele tempo, e mesmo
agora, era a saída (e entrada) principal para a África e para o Oriente. Foi aqui no Hopital de la Concepción que (por máxima ironia com um vagabundo) lhe amputaram
a perna direita e para onde, alguns meses depois, já na morfina e nos delírios, Rimbaud voltou para morrer.
Há muito
tempo já não queria mais saber da poesia, da escrita e dessas bobagens. Dedicava-se
agora a negociar armas, café e qualquer outra coisa que lhe desse dinheiro lá
nos cafundós da África. Seu sonho era voltar rico para a França.., o que reforça a idéia de que essa história de poetinha maldito etc., é pura bobagem
juvenil e de conveniência. Uma amante milionária, um contracheque ou qualquer outro negócio rentável costuma
colocar fim a essas histórias teatrais,
românticas e febris de rebeldia e marginalidade...
Independente disso e de qualquer outra
coisa, sua obra, escrita precocemente, é uma maravilha... Os marsellaises,
prestaram-lhe uma homenagem com um monumento erigido ali no Parc du
Prado (Roucas Blanc), de cara para o mar, para as colinas cor de chumbo e para essa ventania terrível, apelidada de Mistral, que só pode vir das profundezas do inferno...
O Hopital de la Concepción ainda existe e com a mesma fachada de 1891. Saltando na estação de metrô La Timone, é só descer pelo Boulevard Baile, até o número 220. Em frente está o hospital. No corredor de entrada já há uma série de fragmentos da poesia de Rimbaud, fotos e informações sobre aquele famoso paciente de cento e vinte e tantos anos atrás.
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