segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Yo soy Maria de Buenos Ayres...







"Proclamo em altas vozes a liberdade de pensamento; e morra quem não pensar como eu..." (Anônimo)


Buenos Ayres, ao invés de espantada, parece estar confusa e eufórica com os 70% de intenção de votos dados a Javier Milei... O Clarin de hoje, além de lamentar o êxodo de médicos argentinos para o Chile, tece com calma a colcha de retalhos que, acredita, novamente se alastrará sobre os portenhos... Onde foi parar aquela Buenos Ayres dos anos 80, onde quase todos (inclusive o lumpemproletariado) estudavam psicanálise e Trotski? Um olhar rápido pelo mundo comprova: a esquerda endireitou a maioria dos países que governou. O que teria acontecido?
Meu correspondente, lá do Bodegon, diante de meia dúzia de livros e de uma garrafa de vinho, sabedor de que a suposta esquerda e a suposta direita fumam na mesma pipa, lembra da histórica e trágica semana de janeiro de 1919, quando os militantes anarcosindicalistas da federação Operária Regional da Argentina promoveram uma greve geral, (reivindicando jornada de trabalho de 8:00 horas) que depois, infiltrada por bandos anti-semitas invadiram e destruiram o bairro judeu de Buenos Ayres, o conhecido de Once.... redações de jornais, sindicatos, comércios, bibliotecas e sinagogas.., tudo foi pisoteado. Balanço geral: uns mil mortos...
Só bem depois, muito tempo depois, se poderia ouvir Fatma Said interpretando a estupenda música de Piazzolla: Yo sou Maria de Buenos Ayres...
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