sábado, 19 de agosto de 2023

Que tal enfiar os Rolex e os Patek Philippe no rabo...


"Von Martius não foi o único a observá-lo. Já Francis Drake, muito antes dele, viu, entre nós, índios que acendiam fogueiras e faziam sacrifícios aos demônios..."

Abelardo Romero IN: Origem da imoralidade no Brasil, p. 30



EU, que estou no auge de uma pesquisa sobre a clepsidra e que estou prestes a viajar para o Cairo: sim, para o National Museum of Egyptian Civilization, onde está a primeira do mundo, engendrada pelos egípcios, estou de saco cheio com a putaria infantil que está se desenrolando ao redor do tal "Rolex" que os malandros sheiks presentearam ao malandro Bolsonaro e que ele, naturalmente, ao invés de jogá-lo no saco sem fundo da república, preferiu passá-lo nos cobres. Aqui entre nós: quem é que não faria a mesma coisa? Você aí, moralistazinho de merda, trapaceiro disfarçado... quantas vezes já não fez a mesma coisa? Seja com um lápis lá no ginásio; com um rolo de papel higiênico aí nos ministérios; ou com uma pedra preciosa em tuas turnês ecumênicas e patrióticas pelos bordéis, pelos garimpos e pelo planeta? Lembram daquele rei português que presenteou o Papa com um elefante, vivo, trazido do Índia? Sim, e não precisa ser um gênio para entender que, historicamente, só a imoralidade tem nos unido, tanto religiosa, como amorosa e politicamente...

A propósito, não dá para entender porquê, até hoje, os livros de Abelardo Romero (Origem da imoralidade no Brasil) não tenham sido incluídos no Curriculum das escolas...

É quase uma desgraça ver o país inteiro: a mídia, a policia, os padres, o judiciário, os alcaguetes, as putas, os colecionadores, as freirinhas laicas e até os mendigos, numa penúria de dar pena, enredados nessa boçalidade e só falando no tal Patek Philippe do Bolsonaro e dos Rolex de outros cinco ou seis boçais e ladinos que garganteiam que os seus valem mais de 7 milhões... Ora! Isso lembra a famosa flor de esterco! E é comportamento de colonizados, de dândis, de ex indigentes fascinados pelas luzinhas de natal e pelos colonizadores pós modernos, que em troca de favores ocultos lhes dão brinquedos. Lembra do privilégio do jus prima noctis... E dos marujos de Cabral que distribuíam espelhinhos e canivetes nas aldeias para que os caciques os deixassem trepar com suas mulheres? Sim, isso tudo é ridículo e vergonhoso. Nada é mais abominável do que um trapaceiro fingindo que foi convertido! Assunto que não deveria ter ocupado nem uma nota de pé de pauta... Portanto, que esse bando de noviciadas enfiem seus Rolex e principalmente o tal Patek Philippe no rabo, que calem a boca e que comecem a perguntar aos presenteadores  por que estão tão bonzinhos e distribuindo tantos presentes? 

O Mendigo K, que também gosta de exibir seu Patek Philippe cravejado de submissão, de crimes e de pedrinhas falsas, gosta de lembrar-me que até o santo Tancredo por, em sua época, ter liberado a briga de galos, teria recebido dos compatriotas mineiros um galinho de ouro. E daí? Qual é o problema? Afinal, o galo, com seu canto, - como a clepsidra e o relógio - também lembra as horas, as horas que faltam para que os palhaços sejam apedrejados e para que  o circo baixe suas lonas... E mais: que apesar dos cacarejos de Pablo Neruda, é possível sim, que vinte ou trinta bobalhões, de uma hora para outra, interditem a primavera...


 




2 comentários:

  1. É o seguinte Ezio: repare, todo PIÃO ( com "i") tem um relógio! Esse instrumento patético! Quanto à sua generalização da cretinice alerto: cuidado você também limpa o cu! Não generalize, aponte e atire!!!

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    1. Companheiro, teu comentário seria muito mais pertinente se não viesse do anonimato. Se ligue! Aponte e atire! Nada é mais reacionário do que o medo...

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