sexta-feira, 18 de agosto de 2023

As Margaridas e o fim da festa...


"La institución  del matrimonio convierte a la mujer en un parasito y la obliga a depender completamente de otra persona. La incapacita para la lucha por la vida, aniquila su conciencia social, paraliza su imaginación y le impone después, graciosamente su protección, que es en realidad una trampa, una parodia del caráter humano..."
Emma Goldman
IN:  Los anarquistas, Alianza Editorial, p.327



















A apoteose, como é de costume, se deu nos arredores da Praça dos Três Poderes. Elas estão visivelmente exaustas. 3 ou 4 dias amontoadas por aí, em condições nada salubres e, naturalmente, sem "ir ao banheiro". Todo mundo sabe que elas, desde Lilith e Eva, sofrem de Prisão de Ventre. (Lembram da Lei do Ventre livre, dos monarcas portugueses?). Depois da aspirina, é o Sal Amargo a droga mais consumida no universo feminino. Se já não conseguem fazer o intestino funcionar com regularidade lá em suas casas, imaginem aí nessas privadas que são uma nojeira! Ah! se se pudesse usar a toilette dos ministérios! Mas há um guarda lá na porta (sim, a serviço do patriarcado) que as impede...

Segundo uma delas, preferem explodir antes de usar de cócoras, um desses  cagatórios instalados ali no meio da turba... Vão ficando tristes, desatentas e caminham com dificuldade. Trepar, nem pensar. Segundo o Mendigo K, que é ginecologista, a recusa secular da maioria delas ao sexo com homens, está associada à prisão de ventre...

Enfim, estão cansadas! Exaustas! Já fizeram o teatro revolucionário para inflar o ego dos cafetões, para garantir a cesta básica, as fraldas para seus filhos, os absorventes para suas meninas, os sub-empregos dos maridos e agora só querem voltar para casa. Ah! o Ventre Livre! Mas antes são obrigadas a ouvir os derradeiros discursos de quem lhes pagou o passeio e as fantasias... Verborréias e discursos não faltam. Qualquer um que os ouve percebe que foram elaborados especialmente para elas... Para elas que só estão pensando em sentar-se numa privada e aliviarem-se... Ufa! E depois, todo mundo está enojado desses discursos (de) e (para) clowns e mendigos... Nada é mais abjeto, cretino, falso e supersticiosos do que esses discursos baseados na caridade... Lembram de Nietzche, quando escreveu que o cristianismo era uma religião ou uma seita de mendigos? (Até hoje é um mistério o fato de Roma a ter oficializado) Sim, há uma certa similaridade... Já que tanto o Cristianismo como a República foram edificados sobre as sobras platônicas, aristotélicas e mefistotélicas de toda aquela viadagem peripatética grega... Um apátrida árabe que habitava os arredores da Maison du Brasil, em Paris, estava convicto de que se Cristo voltasse, e visse a desgraceira generalizada da América Latina e do resto do mundo, se converteria ao islamismo... Ufa!!!

Quando é, afinal, que nos livraremos dessa filosofia da miséria? Quando é que se conseguirá fazer um discurso potente, soberbo, de pé, não de joelhos e menos senil? Quando é que se substituirá as escolas de Assistência Social por escolas de Física Nuclear e de astrofísica? E quando é que se conseguirá sair da Teologia para a Antropologia? Da alquimia para a química e libertar-se dessa lógica e dessas crendices esotéricas de colonizados? 500 anos de enrolação e de manutenção eleitoreira dessas hordas de indigentes, com 20 ou 30 famílias roubando tudo para si, em troca de elogios cabotinos às massas em desgraça??? 

As margaridas fingem ouvir aquelas baboseiras cretinas que já ouviram de outras bocas e de outras confrarias... Sabem que é tudo teatro, pantomima, protocolos mesmerianos, hipnose vagabunda... Estão visivelmente nervosas. Se agridem entre elas por qualquer esbarrão, por qualquer coisa e por qualquer mal entendido... E quando ouvem os discursantes falando que vão protegê-las da misoginia, ocultam um riso cínico por debaixo dos chapéus, porque sabem que ninguém é mais misógino do que elas próprias. Elas que não se toleram entre si... E misoginia aqui, bem entendido, não deve remeter ninguém ao mundo da sociologia, (como querem alguns trapaceiros intelectuais) mas sim ao mundo da biologia...








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