domingo, 23 de abril de 2023

As primeiras damas (e as gravatas... como símbolo do pênis...)


"Os vestidos das mulheres - em todas as idades e em todas as terras do mundo - são apenas variações da luta eterna entre o desejo declarado de se vestir e o desejo não confessado de se despir..."(Lin Yutang)





Recentemente, a turma do Lula sapateou sobre a mulher do Bolsonaro depois que algum cabotino a filmou fazendo compras numa boutique da Vuitton, em Miami... Agora, a turma do Bolsonaro está vingativamente sapateando sobre a mulher do Lula flagrada por outro cabotino, na famosa Ermenegildo Zegma, de Lisboa e, pior, comprando uma gravata. E digo 'pior', porque todo mundo sabe o que simboliza uma gravata na psicanalise e porque faz lembrar daquele rabino brasileiro que foi preso numa loja da Vuitton, de Palm Beach, justamente por estar roubando gravatas...

Independente de, para Freud, a gravata ser símbolo do pênis, a história do uso dessa peça, é bizarra. Teria começado com uns mercenários croatas que lutavam a favor da França e que tinham o costume de levar uns trapos vermelhos amarrados ao pescoço. (adotados muito tempo depois por Brizola). Em seguida, lá por 1920, um vivaldino americano, um tal de Langsdorf, cortou e aperfeiçoou aqueles trapos em tiras, inventou um outro tipo de nó e a fez descer em forma de tira, do pescoço, por sobre os botões da camisa, até abaixo do umbigo e no princípio dos pentelhos... O nome gravata, que em castelhano é corbata, não tenho certeza, mas deve derivar da palavra croatas). Mesmo que Freud não tivesse existido, qualquer energúmeno logo teria entendido que aquela tira alongada e pontuda era um signo fálico. E como os prepotentes não podiam sair de braguilha aberta exibindo o órgão sexual, passaram a representá-lo com aquele trapo estilizado... Quem é que já não ouviu, alguma vez, de nossos 'executivos', 'gestores', 'lobistas', 'políticos', delegados e até professores, a confissão de que se andam sem gravata sentem-se como se estivessem sido castrados? O fato de algumas mulheres da modernidade também a estarem usando, é apenas um detalhe...

 Volto à Interpretação dos Sonhos, na obra de Freud:  

"Nos sonhos de homens, com frequência a gravata aparece como símbolo do pênis, não apenas por estar pendurada na parte da frente e ser uma peça de uso masculino, senão porque pode ser escolhida a gosto, coisa que a natureza não nos permite fazer com o membro simbolizado". (Vol. I, p. 562) 

Nesse mesmo texto, o velho judeu menciona o desenho feito por um adolescente maníaco representando um homem que leva uma serpente como gravata, cuja cabeça se dirige a uma moça. Sim, eu sei, diziam que Freud, de vez em quando, naquela Viena retrógrada e melancólica, dava umas baforadas, mas é pura calúnia....

Enfim, as primeiras damas, desde a Proclamação da República, até hoje, estão sempre em cena, aprontando, causando bizarrices e deslumbradas, como se tivessem acertado na SENA... competindo entre elas e, inconscientemente, querendo até sabotar o poder exagerado que é concedido a seus maridos... Para elas, que conhecem a vida privada e íntima deles, é quase incompreensível e muito difícil entender a bajulação, os privilégios e o teatro ridículo que o mundo lhes confere... No futuro, - dizem os eleitores - para evitar vexames, é provável, se exigirá que o presidente, como os padres, sejam, celibatários...

Quem é que não se lembra das loucuras da Evita, a mulher do Peron? E da Nadezhda Krupskaya, a mulher de Lênin? E da Agripina, irmã de Calígula e mulher do imperador romano? 

Por aqui ninguém esquece da mulher do Jânio Quadros, da do Collor, da do FHC e até da dos generais. Dizem, que a mulher do Figueiredo - por exemplo -, ficou famosa, principalmente entre a peãozada, porque levava a tiracolo seu ajudante de ordens até quando ia comprar calcinhas...

Eu, que de inicio, diante de todas essas caipiradas, e no meio desses restos de monarquias perdulárias, tenho uma tendencia em ficar furioso, logo em seguida, vou à varanda, respiro o ar já tóxico do cerrado, me acalmo, lembro de Rétif de la Bretonne e recito, com um certo gozo, aquela sua frase clássica: "Confesso que este brilhante bazar de vaidade e de misérias humanas me atrai, sobretudo pelos preciosos divertimentos que proporcionou à minha carne e a meu espírito..."





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