[É preciso você ter passado pelos horrores de um campo de concentração ou pela cripta do Panthéon em Paris para dar valor ao simples ato de cuspir, mijar, respirar, coçar-se, olhar para trás, sorrir para um desconhecido, beber água da chuva, fumar um cigarro imaginário, subir num poste como se faz num circo. Assoviar, então, mesmo com a chuva fazendo você engolir metade do assovio - é a plenitude da euforia, quase que um orgasmo mental, que faz logo os passantes concluírem num simples olhar para você: "Este aí acaba de sair do quarto onde estão dormindo, a sono solto, Zola e Victor Hugo".]
Campos de Carvalho,
IN: Cartas de viagem
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