Anualmente, as procissões em Belém do Pará, comemorando a Festa do Círio de Nazaré, e os andarilhos mancando pelas estradas de São Paulo que rumam à Aparecida para agradecer à Virgem, por milagres recebidos, me remetem, não apenas aos estudos sobre o desamparo, a solidão humana e à histeria, mas também ao texto de Anatole France: Jongleur de Notre Dame. Conhece?
Um acrobata entra de noite na famosa catedral de Paris, estende um tapete diante do altar da Nossa Senhora e, com a cabeça para baixo e os pés para cima, atira ao ar seis varetas de ferro e doze facas.
Diante dos frades indignados e estarrecidos com aquele sacrilégio, a Virgem desce os degraus do altar para, com seu manto azul, vir enxugar a testa suada do malabarista...
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