Segundo Suante Pääbo, - sueco de paciência infinita, ganhador do Nobel de medicina deste ano que, debruçado sobre um osso de 40 mil anos atrás, sequenciou o genoma do chamado Homem de Neandertal - esse personagem neandertaliano, ou pelo menos vestígios dele, ainda latem dentro de nós, compartilham não apenas nosso café da manhã mas também parte de nossos genes. E, quem sabe, se amanhã, os poetas não descobrem que ele pode até estar ocupando um lugar privilegiado também em nossa imaculada alma... Mas, o mais eloquente dessa história, é que través daquele esqueleto, o eminente Suante Pääbo, faturou 10 milhões de coroas suecas! Enquanto nós... por aqui, seguimos pastando e desprezando as sopas de ossos...
Eu, particularmente, estou plenamente de acordo com o nobre pesquisador. Não há um dia sequer, que não identifico em mim mesmo, em minhas pulsões, em minhas fantasias e em meus instintos, assim como nas noticias de jornais e no meu entorno, a presença vibrante daqueles ancestrais.
E essa descoberta, acredito, revolucionará não apenas as lengalengas da filosofia e da teologia, mas principalmente as da psiquiatria e da psicologia. Afinal, os sintomas dos transtornos mentais, tão religiosa e fragilmente catalogados pelo CID 10, não seriam o resultado de uma espécie de luta de classes interna entre os genes Homo sapiens e os daqueles antigos parentes? E a luta do proletariado VERSUS burguesia (da qual tanto se fala), não teria sido uma 'escamotage das palavras' usada por Marx, apenas para poupar-nos de um assunto muito mais profundo e transcendente?
E agora, inclusive, parece mais evidente que também Talleyrand, estava tratando desse assunto quando escreveu este paradoxo: "a palavra foi dada ao homem para esconder o seu pensamento".
É mais do que evidente, que a tão propalada e santificada revolução não virá, nem através das alucinações clericais e muito menos dos delírios dos partidos políticos, mas sim, da obsessão dos geneticistas!
Seria curioso e bizarro ouvir os cafetões cochichando para suas concubinas: Ah, minha doce Neandertal! E ver os analistas, com seus punhos rendados, murmurando aos analisandos : Diga tudo o que lhe vem à mente! Torne consciente o Neandertal que há em você!
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